Depois de participar como palestrante durante painel promovido pelo banco BTG Pactual em São Paulo, nesta quarta-feira (15), o governador gaúcho Eduardo Leite se reuniu com um grupo de empresários para conversa sobre projetos e investimentos em potencial no Rio Grande do Sul. Ele estava acompanhado do secretário da Casa Civil, Artur Lemos.
A exemplo do que já fez em diversas ocasiões anteriores desde o seu primeiro mandato (2019-2022), o chefe do Executivo propagandeou uma série de vantagens que, no entendimento de sua gestão, fazem valer a pena a aposta no Estado pelo setor privado. Dentre os argumentos estão as reformas administrativas, privatizações, concessões, parcerias e programas como o “Avançar RS”.
O destaque da tarde foi um encontro com os integrantes do conselho diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na sede da entidade. Leite e Lemos ouviram demandas do segmento e detalharam ações do governo gaúcho para o setor, cuja principal referência no Estado é o Polo Petroquímico de Triunfo, instalado há 40 anos e que abriga grandes empresas – recentemente, a empresa Arlanxeo inaugurou uma nova linha de produção de polibutadieno no Polo de Triunfo, com investimento de R$ 500 milhões.
“Temos a expectativa de que o Rio Grande do Sul assuma protagonismo nessa agenda”, salientou o diretor de Relações Institucionais da entidade, André Passos. “Temos visto grandes investimentos no Estado. Sobram oportunidades, mas faltam marcos regulatórios e estímulos em âmbito federal.”
O governador se comprometeu a buscar interlocução junto ao governo federal para apoiar as demandas do setor. Por sua vez, o chefe da Casa Civil anunciou que o governo gaúcho contará com um conselho de competitividade para discutir avanços na indústria de transformação:
“Queremos avançar e focar na ampliação da indústria de transformação para que possamos agregar mais valor ao que produzimos e também ao que exportamos como matéria-prima. A indústria química tem um papel muito importante nesse processo e tem toda a nossa atenção para que possamos gerar mais oportunidades”.
Painel
Antes, no evento do BTG, Leite voltou a bater na tecla de um assunto recorrente em suas manifestações públicas mais recentes: as incertezas enfrentadas pelos Estados no momento atual, inclusive por conta da perda de receitas. Ele citou como exemplo a dificuldade de elaboração do Plano Plurianual, que estabelece diretrizes e metas para os próximos quatro anos.
“Reduzimos expressivamente o comprometimento da nossa receita com despesa de pessoal e retomamos investimentos, de forma que tudo isso tem sido de grande importância, mas estamos vivendo um momento de incertezas em relação ao futuro, por conta da queda na arrecadação”, frisou, acompanhado dos governadores Ratinho Júnior (Paraná) e Tarcísio Freitas (São Paulo).
“O Rio Grande do Sul perdeu R$ 5 bilhões de receita no ano passado por conta da redução abrupta do ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços] pelo governo federal e Congresso Nacional”, reiterou. “Se não houver compensação na forma do que manda a lei, perderemos mais R$ 20 bilhões nos próximos quatro anos. Essa indefinição limita e atrapalha o nosso planejamento.”
(Marcello Campos)