A mudança na faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), de R$ 1.903 para R$ 2.640, vai afetar todos os salários. Isso porque o cálculo do IR é feito a partir do “fatiamento” dos valores de acordo com cada faixa de renda, sobre a qual incide uma alíquota específica, que varia de 7,5% a 27,5%.
Esse percentual vai incidir sobre a diferença entre os valores final e inicial de cada intervalo de renda.
A calculadora leva em consideração somente o aumento da faixa de isenção de R$ 1.903 para R$ 2.640. Não foram feitos ajustes nas faixas seguintes do IR, nas quais a cobrança é feita de forma progressiva, conforme as alíquotas. O governo ainda não esclareceu se haverá atualização nas outras faixas.
Por exemplo, para um rendimento bruto de R$ 5 mil, considerando os valores atuais da tabela e a isenção de R$ 2.640, a alíquota de 7,5% será aplicada à diferença entre o valor de isenção e o final da primeira faixa, de R$ 2.826,65, o que dará R$ 14.
A alíquota de 15% incide sobre a diferença entre os valores final (R$ 3.751,05) e inicial (R$ 2.826,66) da faixa, resultando em R$ 138,65. Sobre a diferença entre os valores final (R$ 4.664,68) e inicial (R$ 3.751,06) da faixa seguinte incidirão 22,5%, o equivalente a R$ 205,56.
A alíquota maior, de 27,5%, será aplicada à diferença entre os R$ 5 mil e o valor inicial da faixa, R$ 4.664,69, resultando em R$ 92,91. Ou seja, a dedução mensal sobre o salário desse contribuinte passará de R$ 505,64 a R$ 450,43.
Já alguém com salário de R$ 7 mil mensais verá seu desconto passar de R$ 1.055,64 para R$ 1.000,43. O cálculo também foi feito considerando as diferentes alíquotas do IR. Veja outras simulações na tabela ao lado.
Mudança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quinta-feira (16), que o novo valor do salário mínimo será anunciado em maio e será reajustado para R$ 1.320. Lula confirmou ainda o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para R$ 2.640. Hoje, o mínimo é de R$ 1.302 e a faixa de isenção do IR é de R$ 1,9 mil.
Segundo Lula, quem recebe salário de R$ 6 mil paga proporcionalmente mais do que quem vive de dividendos. De acordo com o presidente, é preciso fortalecer a classe média.
Em janeiro, o governo criou um grupo com ministérios para elaborar propostas para instituir uma política de reajuste do salário mínimo e seus instrumentos de gestão e monitoramento. O impasse para a definição do novo valor em 2023 é o aumento de R$ 7,7 bilhões em gastos para alcançar os R$ 1.320 propostos pelo governo ainda durante a transição.
Desde 2020, o piso nacional é ajustado apenas pela inflação, sem uma regra permanente. O aumento real (acima da inflação) do mínimo é uma promessa de campanha do presidente e uma das prioridades da nova gestão. Durante os governos do PT, o mínimo foi ajustado considerando a variação da inflação e o crescimento do PIB.