18/02/2023 às 22h34min - Atualizada em 19/02/2023 às 06h00min

Demais bancos se juntam ao Bradesco em ação judicial no caso da Lojas Americanas

Demais bancos se juntam ao Bradesco em ação judicial no caso da Lojas Americanas - Jornal O Sul

Jornal O Sul
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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) resolveu endossar pedido do Bradesco ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele reconsidere a decisão de suspender a produção antecipada de provas que havia sido autorizada pela Justiça de São Paulo contra a Americanas.

Em decisão de quinta-feira (16), Moraes barrou decisão que havia autorizado a busca e apreensão de e-mails institucionais de diretores da Americanas e de integrantes do conselho de administração da empresa. No recurso apresentado, a empresa disse que isso poderia envolver também correspondência entre a diretoria e seus advogados, o que poderia violar o sigilo constitucional profissional.

A Febraban afirma que em “nenhum momento visou à violação do sigilo profissional dos advogados” da Americanas, tampouco quer uma “busca generalizada de toda e qualquer comunicação” nem uma “devassa sobre as correspondências da companhia”. Em vez disso, pleiteia acesso à comunicação feita entre os administradores e controladores, responsáveis diretos pelos rumos da empresa. É a investigação dessas conversas que vai ajudar a determinar se houve ou não fraude na empresa, escrevem os advogados da Febraban.

A acusação da Febraban é de que a Americanas quer evitar que erros sejam descobertos. “É completamente espantosa a postura da companhia, que chega a insistentemente se esforçar e despender recursos com a finalidade de encobrir os ilícitos que a levaram à atual situação de insolvência.”

A Febraban pede ainda que seja admitida como “amicus curiae” no processo, uma expressão jurídica para “amigo da Corte”, quando uma parte que não tem relação direta com a ação pede ao juiz para entrar no caso e, assim, poder ajudar em suas decisões.

Em seu pedido, a Febraban afirma que a intenção da Americanas é “criar obstáculos às medidas cautelares ajuizadas pelas instituições financeiras”, que são membros da federação, em especial Bradesco e, potencialmente, os bancos Itaú, Santander, Safra e BTG, “as quais buscam elucidar os fatos relacionados aos recentes acontecimentos ligados às Americanas”.

Pedido

O Bradesco, por meio de seus advogados, pediu à Justiça do Rio de Janeiro que seja rejeitado e vedado o pagamento de qualquer credor sujeito a recuperação judicial de Americanas antes da aprovação do plano, após a administração judicial e a companhia apresentarem sugestão para antecipação dos créditos trabalhistas e de fornecedores. Ambas as categorias de credores têm a receber de Americanas R$ 192 milhões.

Também foi pedido que a companhia e o administrador judicial sejam intimados a prestar esclarecimentos acerca dos destinos dos recursos financeiros oriundos de um Debtor in Possession (DIP), tipo de empréstimo normalmente usado para dar crédito a empresas em dificuldades e que tem prioridade em sua quitação, de até R$ 2 bilhões. O DIP já foi autorizado pelo Juiz da recuperação judicial de Americanas.



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