O Senado começou a trocar parte do carpete que dá nome ao principal salão da casa, o Salão Azul. A substituição de 1, 6 mil m², iniciada na quinta-feira (16), terá o custo estimado de R$ 818 mil. Nos atos extremistas de 8 de janeiro, o carpete foi inundado e corroído pelo pó químico presente nos extintores de incêndio.
Os tapetes foram inundados devido à ativação do sistema contra incêndio, e danificados pela “utilização excessiva dos extintores de incêndio do tipo ABC (pó químico)”, informou o Senado em nota.
Especialistas da Casa afirmaram algumas partes do carpete foram destruídas de forma irreversível e que não será possível recuperar a estrutura original do piso. Foi sobre esse carpete que houve o confronto entre a polícia do Senado e os participantes do ataque às sedes dos Três poderes.
“Mesmo após diversas tentativas de limpeza e de recuperação, a umidade prolongada e a exposição a agentes químicos geraram apodrecimento de alguns componentes do carpete, com produção de mau cheiro, manchas, deslocamentos e enrugamentos em alguns locais”, apontou o Senado.
A Casa estima que 90% do carpete original será descartado como entulho. As sobras, cerca de 10%, serão guardadas para a equipe de manutenção do Senado utilizar na realização de reparos pontuais. De acordo com o Senado, o novo carpete tem a mesma cor, formato e aspecto do que está atualmente no chão e que foi instalado em 2015.
O procedimento será feito em duas etapas. A primeira agora, aproveitou o feriado de Carnaval, momento em que a movimentação na Casa é menor. A segunda parte da substituição está programada para acontecer em abril.
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU) o prejuízo causado pelos estragos nas sedes dos Três Poderes passa de R$ 20 milhões.
Vandalismo
No Senado, só as perdas com equipamentos de informática somam chegam a pelo menos R$ 100 mil. Relatório feito pela Secretaria e Tecnologia da Informação indica que até os totens utilizados pelos parlamentares para registrar presença nas sessões foram empilhados em barricada na porta do plenário, “arremessados ao chão, arrancados das paredes e danificados”.
Quase nada foi poupado, desde telefones a tapeçaria, cadeira, mesas e vidraçaria, obras de arte com valores inestimáveis e equipamentos de segurança, como viaturas da polícia legislativa – somente na área de segurança, somado, o prejuízo das duas Casas chega a R$ 714 mil.
Outros registros, entretanto, indicam que a extensão das perdas pode ser ainda mais expressiva. No Senado, desde o dia 8 de janeiro, o gasto mais chamativo foi a dispensa de licitação para substituir o carpete azul royal em partes do edifício principal. Também foram gastos R$ 6.609 em serviços de marcenaria para o conserto de móveis no Senado.