A PF (Polícia Federal) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de um inquérito para investigar a origem de R$ 257 mil apreendidos na casa do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e de quatro veículos encontrados no local.
Silveira voltou a ser preso no início do mês, em Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A prisão preventiva foi decretada por descumprimento de medidas cautelares definidas pelo tribunal – como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.
Na época, a PF encontrou mais de R$ 257 mil e quatro carros que estão em nomes de outras pessoas. A reportagem apurou que a mochila com a maior parte do dinheiro estava em um desses veículos. A PF não encontrou registro de um dos carros na base de dados disponível.
Aos policiais, Silveira alegou que os veículos ainda estavam em processo de transferência e que o dinheiro eram saques em espécie de valores da sua conta pagamento.
O pedido de investigação da PF está sob sigilo no STF e será analisado por Moraes. Uma das primeiras medidas solicitadas pela PF é o levantamento patrimonial de Silveira.
O ex-deputado deve ao menos R$ 4,3 milhões em multas por descumprimento de medidas cautelares em 175 ocasiões. Ele deixou de usar a tornozeleira eletrônica, concedeu entrevistas e usou as redes sociais enquanto estava proibido pelo STF.
Silveira foi condenado pelo STF, em abril de 2022, por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a autoridades e instituições. A pena foi de 8 anos e 9 meses de prisão. Um dia após o julgamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu um indulto individual, perdoando a condenação.