O governo federal vai ajudar o Estado de São Paulo a financiar a reconstrução dos trechos das rodovias BR-101 (Rio Santos) e Mogi-Bertioga destruídos pelas chuvas. O ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que os recursos sairão do orçamento da pasta destinado à manutenção das rodovias.
Segundo ele, a BR-101 vai precisar passar por uma modernização, sobretudo, em razão das mudanças climáticas que têm imposto a cada chuvas mais fortes e desafios cada vez maiores.
“Vamos entrar com manutenção e vamos ajudar o Estado de São Paulo, porque o principal dano foi nas duas rodovias estaduais”, disse. “A despeito de não ser uma rodovia federal no trecho atingido (na Rio-Santos), temos condições, pela emergência, de garantir recursos para a manutenção”, acrescentou o ministro, que esteve na região com o presidente Luiz Inácio Lula e conversou nesta segunda-feira com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre o assunto. O trecho da União da BR-101 foi concedido à iniciativa privada e, segundo o ministro, quase não foi afetado.
Renan Filho informou que será elaborado um projeto para reconstruir o trecho da BR-101 atingido, inclusive, mudando o perfil para garantir mais de segurança ao fazer alguns escoramentos de talude, já que essa é uma rodovia muito sinuosa à beira mar.
Prioridade
A prioridade é restabelecer o fluxo na rodovia e depois identificar o dano causado pelo deslizamento de terra. Renan Filho disse que será elaborado um projeto de engenharia para dar uma solução mais definitiva para o trecho atingido.
Ainda não há previsão dos valores que serão destinados à reconstrução, porque nem mesmo a quantidade de deslizamentos foi totalmente mapeada. Acredita-se que ocorreram mais de 30 deslizamentos na rodovia.
“Precisamos verificar se em alguns trechos a própria rodovia cedeu também. Não é uma obra barata e não é uma obra rápida, porque certamente o dano foi grande pelo impacto que a região sofreu com a chuva”, disse.
200 pontos críticos
O Ministério dos Transportes mapeou 200 pontos críticos, com alto risco, nas rodovias federais em todo o País que demandam ações de reparação durante o período de chuvas fortes.
Segundo Renan Filho, esses pontos estão “sob ataque” com obras de correção de traçado, contenção de encostas e escoramento de taludes. Em São Paulo, um desses pontos críticos está localizado na BR-459, no município de Piquete, onde estão sendo feitas obras de recuperação. Também estão sendo feitas correções na BR-101, no Nordeste; além disso, pontes estão sendo refeitas pontes no Norte do País.
Alertas
Renan Filho disse que a Defesa Civil Nacional alertou o governo estadual e os municípios para os riscos das chuvas, mas que elas ocorreram num volume muito superior ao esperado.
De acordo com ele, provavelmente foi a maior chuva que o litoral paulista recebeu na história. “O problema é que o alerta de chuvas fortes não é uma coisa que aterroriza o cidadão de maneira geral. As pessoas acham que pode até chover um pouco mais forte, mas elas ficam sempre receosas porque acreditam, no fundo torcem, para que nada mais grave aconteça”, ponderou.
Na sua avaliação, as pessoas ocupam assentamentos precários e não há planejamento para a sua retirada. “Não é simples retirar as pessoas das áreas próximas a onde elas trabalham e colocá-las para morar num lugar mais seguro, mas distante”, admitiu.