25/02/2023 às 21h37min - Atualizada em 26/02/2023 às 06h02min

Economistas veem inflação de 1% em março no Brasil se o imposto na gasolina voltar no mês que vem

Economistas veem inflação de 1% em março no Brasil se o imposto na gasolina voltar no mês que vem - Jornal O Sul

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A desoneração dos tributos federais PIS e Cofins sobre a gasolina e o etanol termina no dia 1º março. Caso a prorrogação da isenção, em estudo pelo governo federal não saia, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima aumento nos postos, e economistas já projetam inflação de 1% em março.

Caso confirmado, será a maior variação mensal do índice de preços ao consumidor desde abril do ano passado.

Direto ao ponto: por que a gasolina deve subir?

– A medida provisória que assegurava a desoneração dos impostos (PIS/Cofins e Cide) sobre; combustíveis perde validade no dia 28 de fevereiro;
– A equipe econômica defende que a MP não seja prorrogada;
– Abicom prevê reajustes nos postos por conta da reoneração dos combustíveis;
– Analistas projetam impacto na inflação do mês, que pode ser a maior desde abril de 2022.

Alta de até 15%

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) espera, com fim da desoneração, um aumento nos postos de R$ 0,6869 por litro, no caso da gasolina, e R$ 0,2418 por litro, no caso do álcool, se os impostos de fato voltarem a incidir sobre os combustíveis.

Mas parte desse aumento pode ser compensado pela Petrobras caso haja redução dos preços dos combustíveis nas refinarias.

A dinâmica dos preços administrados é o principal ponto de preocupação que tende a afetar a inflação neste ano, segundo Laura Moraes, economista da Neo Investimentos. Ela calcula que a gasolina deve subir 15% em 2023.

Além da previsão de retorno da cobrança do PIS/Cofins em março, há um debate em torno da reoneração de tributos estaduais, como ICMS, cuja discussão depende de um acordo entre estados.

“Acreditamos que essa volta dos impostos federais ocorra em março, o que deve fazer o IPCA desse mês subir 1,15%. A pressão poderia ser ainda muito maior pela perspectiva de aumento do preço do petróleo, mas isso é extremamente impopular e, considerando as decisões do governo até o momento, dificilmente ele entregariam todas essas altas. Mas fica esse risco no restante do ano”, diz a economista.

Laura adverte ainda que outros preços administrados, como as tarifas de ônibus de São Paulo e as taxas de água e esgoto, devem sofrer reajuste após um longo tempo de represamento.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, projeta IPCA de 5,8% ao final de 2023, mas sinaliza que a previsão pode ser alterada caso a desoneração dos combustíveis se encerre no dia 28 deste mês. O retorno dos combustíveis teria um impacto de 0,45 ponto percentual no ano.

“Nossa projeção de IPCA para março está hoje em 0,95%. Mas se for de fato reonerado, iria para 1,40%.”

Em comentário, o Credit Suisse lembra que o governo ainda não definiu o restabelecimento dos impostos federais sobre combustíveis na próxima semana. Caso ocorra, a previsão de inflação para 2023, hoje em 5,8%, aumentaria 0,5 ponto-base.

A Petrobras anunciou reajuste do preço da gasolina em 7,5% no dia 24 de janeiro, mas parte desse valor não se refletiu na pesquisa do IPCA-15 de fevereiro. A coleta se deu entre os dias 13 de janeiro e 10 de fevereiro, e os preços foram comparados com aqueles vigentes entre 14 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro. Todos os combustíveis registraram queda de preço no período.



Fonte: https://www.osul.com.br/economistas-veem-inflacao-de-1-em-marco-no-brasil-se-o-imposto-na-gasolina-voltarltarem-em-marco/
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