O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado federal José Dirceu (PT) recebeu alta da UTI, de acordo com publicação feita pelo filho Zeca Dirceu em uma rede social. Dirceu foi submetido a um procedimento neurocirúrgico após apresentar um quadro de hematoma subdural.
“Ele acordou melhor hoje, médicos tiraram o dreno da cabeça e ele já começou andar com ajuda da fisioterapia”, afirmou o deputado federal Zeca Dirceu (PT-RS). Ele ainda informou que o pai segue no hospital “em observação apenas”.
Dirceu, de 76 anos, chegou à UTI do Hospital DF Star, da Rede D’or, em Brasília, na última quinta-feira (23), com um quadro de hematoma subdural, que consiste na acumulação de sangue entre o cérebro e o crânio.
“Nos últimos dias do feriado de Carnaval, fui acometido por uma insistente dor de cabeça, o que me fez procurar ajuda médica na manhã de quinta-feira”, informou nota divulgada por Dirceu. A equipe médica, segundo o ex-ministro, observou a necessidade de um “procedimento neurocirúrgico para drenagem de um pequeno hematoma subdural”.
De acordo com nota dos médicos, ele foi submetido a um procedimento neurocirúrgico para drenagem. Entre os médicos responsáveis pelo caso de Dirceu está a cardiologista Ludhmila Hajjar, que participou do grupo da Saúde durante a transição para o governo de Lula (PT), entre novembro e dezembro do ano passado.
Hematoma Subdural
Especialistas que explicam que o hematoma subdural é um sangramento que ocorre entre a meninge e o cérebro, podendo ser causado por batidas banais na cabeça e que, se tratados no começo dos sintomas, têm fácil tratamento e recuperação. De acordo com o neurocirurgião do Hospital Santa Lúcia, Ivan Coelho Ferreira, existem dois tipos: crônico e agudo.
O crônico é o mais comum que, segundo o médico, acontece, normalmente, quando alguém bate a cabeça “de forma banal”.
“O sangramento pode acontecer quando alguém sai de um carro e bate a cabeça. A causa mais comum é a queda da própria altura, quando alguém está andando, escorrega e cai no chão, por exemplo”, explica.
O neurocirurgião Victor Hugo Espíndola explica que, nos primeiros dias após o trauma, o paciente não apresenta sintomas. “Eles aparecem até 40 dias após o trauma. São dor de cabeça que não passa com medicação, sonolência, confusão, perda de movimento de um lado do corpo, até alteração na fala se não for tratado”, explica o médico.
Caso o paciente demore a procurar tratamento, o hematoma subdural pode levar ao coma. “O hematoma em si não é tão grave, se for tratado rápido”, afirma Ferreira.
Trauma intenso
No caso do hematoma subdural agudo, o neurocirurgião explica que os sintomas são sentidos no momento do trauma. “O principal é a dor de cabeça, que vai aumentando progressivamente até o paciente ter piora do nível de consciência. Ele começa a ter sinais que pode entrar em coma, como desorientação, sonolência e perda dos movimentos de um lado do corpo”, afirma.
Ferreira diz que o hematoma subdural agudo e o crônico podem ter a mesma causa, no entanto, os casos agudos, em geral, acontecem por traumas mais intensos, como queda de motocicleta e de altura. “Queda de telhado é uma causa muito comum”, afirma.
O especialista diz que os trauma agudos são pequenos e, na maior parte das vezes, não precisam de cirurgia. “Normalmente ele é absorvido pelo próprio cérebro. Porém, quando é grande, pode ser necessária uma cirurgia”, explica.