O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (27) que os Estados Unidos não fixaram valor para doação ao Fundo Amazônia, mas se comprometeram a enviar “recursos vultosos” à iniciativa que visa preservar e combater o desmatamento do bioma. Alckmin se reuniu na manhã desta segunda com o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, em Brasília.
“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo, ao Congresso americano e junto à iniciativa privada para termos recursos vultosos, não só no Fundo da Amazônia, mas como também em outras cooperações”, disse o vice-presidente a jornalistas depois do encontro ocorrido no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
O presidente Lula esteve em Washington, nos Estados Unidos, neste mês e, depois do encontro com o presidente norte-americano Joe Biden, o governo americano anunciou a intenção de contribuir com o Fundo Amazônia. O valor, no entanto, ainda não foi divulgado.
Alckmin afirmou que os Estados Unidos não exigiram contrapartida do Brasil para anunciar os recursos e destacou que os norte-americanos entendem o compromisso do atual governo com a questão climática. “O compromisso do Brasil já ficou claro na presença do presidente Lula no encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O compromisso do Brasil de ser protagonista no combate às mudanças climáticas. É uma questão grave, e esse é o momento. Não podemos deixar passar esse momento”, defendeu o vice-presidente do Brasil.
Fundo estava suspenso
O Fundo Amazônia ficou parado entre 2019 e 2022, após países suspenderem os repasses por contrariedade com a política ambiental conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A iniciativa foi reativada no mês de janeiro deste ano por determinação do presidente Lula.
Desde a retomada do Fundo, Noruega e Alemanha – principais doadores – anunciaram a liberação de recursos. A União Europeia também já informou que pretende fazer repasses ao governo brasileiro.