A Secretaria Estadual da Saúde (SES) inicia nesta semana o envio de mais 165 doses da vacina bivalente contra covid aos municípios do Rio Grande do Sul. Trata-se de um novo lote recebido do governo federal no sábado (4) e que deve ampliar para 356 mil o número de unidades já distribuídas às 497 prefeituras gaúchas.
O alvo da primeira fase da campanha no Estado são 1,2 milhão de pessoas. Esse contingente prioritário passou a ser contemplado em fevereiro, inicialmente por moradores e funcionários de instituições de longa permanência para idosos e, mediante cronograma escalonado, chegando a outros grupos do público em geral conforma a disponibilidade do produto e outros detalhes.
Em Porto Alegre, por exemplo, o fármaco está disponível no momento para dois segmentos: todos os habitantes na faixa etária a partir dos 70 anos e indivíduos com baixa imunidade dos 12 anos diante. De acordo com a prefeitura, essa abrangência será ampliada gradualmente nos próximos dias. Outras cidades já oferecem o imunizante a moradores de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
Para receber a injeção (que tem aplicação única) é necessário ter concluído ao menos o esquema primário de vacinação contra covid composto pelas duas primeiras doses – ou dose única, no caso da Janssen. Além disso, a dose mais recente obrigatoriamente deve ter ter sido feita há quatro meses, no mínimo.
Proteção ampliada
À medida que o vírus causador da covid se espalhou pelo mundo nos últimos três anos, acabou também evoluindo e se tornando ainda mais facilmente transmissível e capaz de driblar a imunidade gerada pelas vacinas originais. O fármaco bivalente foi então desenvolvido para enfrentar essa realidade.
Fabricada pela empresa norte-americana Pfizer, a nova versão proporciona maior proteção contra diferentes cepas do coronavírus, por meio de uma atualização dos imunizantes monovalentes que têm sido utilizados desde o início da campanha nacional, em janeiro de 2021 – Coronavac, Oxford, Janssen e o própria Pfizer.
Essa maior eficácia é corroborada por dois estudos científicos publicados recentemente por cientistas dos Estados Unidos e da Europa. A versão bivalentes induz a produção de anticorpos contra a cepa original (SarsCov-2) e variantes que surgiram ao longo da pandemia até se tornarem predominantes – como a ômicron, hoje a mais comum.
O estudo norte-americano comparou o novo imunizante da Pfizer com produtos anteriores e levou a uma série de conclusões positivas. Uma delas é a de que, ao ser injetada como dose de reforço, previne em 61,8% as internações, contra 24,9% em fármacos originais (24,9%). Já o trabalho dos pesquisadores europeus mostra um índice ainda maior: 80%.
(Marcello Campos)