Os bancos de fomento do Rio Grande do Sul devem anunciar, em breve, uma nova linha de crédito para estimular investimentos em novas tecnologias no setor do agronegócio. A informação foi antecipada nesta quarta-feira (8) pelo governador Eduardo Leite durante a primeira reunião-almoço “Tá na Mesa” de 2023, realizada na sede da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), em Porto Alegre.
Em sua palestra, o chefe do Executivo estadual reiterou ainda o compromisso de criação de uma agência de desenvolvimento para atrair novos negócios. “Esse será o carro-chefe da nossa política de reestruturação, com pessoas qualificadas e que possam ajudar a atrair empreendimentos”, declarou, acrescentando que atualmente está observando como a iniciativa funciona em outros países.
Antes de subir ao púlpito, ele concedeu entrevista a repórteres, o governador admitiu que há estudos em andamento sobre possível pedágio na rodovia estadual RS-118. A ideia não é instalar cancelas, mas adotar sistema que identifica o veículo por meio da leitura da placa ou outro dispositivo e prevê pagamento proporcional ao trajeto percorrido. “Ainda não temos uma decisão tomada nesse sentido, tudo está sendo avaliado e precisa ser discutido com a comunidade”, ressaltou.
Balanço
Leite fez, ainda, um balanço da sua primeira gestão à frente do Palácio Piratini (2019-2022), desafios, reformas e resultados. Os citados incluíram o equilíbrio fiscal e o superávit de R$ 3,3 bilhões no ano passado – o maior desde 1994. “As contas equilibradas não são um fim em si mesmo, mas um meio de melhorar a vida das pessoas”, declarou.
Outro ponto abordado foi a retomada dos investimentos. Segundo ele, ao longo de 2022 foram aplicados R$ 62,6 bilhões em quase 300 iniciativas públicas e privadas, o maior volume de aportes realizados ou anunciados pelo Palácio Piratini nos últimos cinco anos.
Já no que se refere às dificuldades, o governador voltou a alertar que a crise fiscal do Rio Grande do Sul continua profunda, especialmente por causa da queda na receita corrente líquida (R$ 53,8 bilhões para R$ 50,6 bilhões no ano passado: “É necessário que o Poder Executivo continue empenhado na compensação e recomposição de receitas, bem como no esforço pelo controle de despesas”.
Por fim, Leite enalteceu a busca pela redução da burocracia e pela potencialização da competitividade do Estado: “Temos um conselho que conta com a participação de diversas entidades e nos ajuda a rever normas e processos. Estamos avançando também na parte tributária, trabalhando para o lançamento de novas plataformas capazes de reduzir processos dos contribuintes”.
Protagonismo feminino
A edição do “Tá na Mesa” foi também a primeira sob condução do atual presidente da Federasul, Rodrigo de Sousa Costa. “Neste momento de polarização, a entidade está disposta a contribuir para um bom debate”, ressaltou.
Ele aproveitou para fazer uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março: “Cerca de 30% da diretoria da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul é exercida por mulheres. A presença feminina enriquece o ambiente através da troca de experiências”.
Em seguida, Sousa Costa acompanhou a cerimônia de posse das 48 integrantes do Conselho Estadual da Mulher Empreendedora. O colegiado é presidido por Simone Leite (que comandou a Federasul no período de 2016 a 2020) e tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional de outras mulheres, por meio do associativismo.
(Marcello Campos)