23/03/2022 às 13h22min - Atualizada em 24/03/2022 às 00h00min

Síndrome do Falso Médico: Psicólogo fala sobre farsante que socorria vítimas de acidentes em rodovia

Especialista Alexander Bez explica sobre a doença e o que acontece no psicológico de criminosos

SALA DA NOTÍCIA Márcia Stival Assessoria
Márcia Stival Assessoria
Reprodução/TV Vanguarda
O caso do falso médico tem chamado muita atenção. Gerson Lavisio, de 32 anos, se passou por médico e, durante um socorro em um acidente envolvendo três caminhões, determinou a amputação da perna de uma das vítimas que estava com as pernas presas às ferragens. O farsante foi descoberto e denunciado ao MPF (Ministério Público Federal).

Gerson trabalhava como médico socorrista, contratado por uma empresa terceirizada e estava de plantão em uma base em Lavrinhas, no interior de São Paulo. Ele havia sido contratado por três empresas diferentes, nos últimos quatro meses e já atendeu mais de 18 pacientes. Apesar de ter sido denunciado, detido e liberado após prestar depoimento, ele não parou com a farsa. 

Mas por que algumas pessoas, mesmo sem a qualificação necessária, se passam por médicos?

Segundo o psicólogo Alexander Bez, isso é causado pela “Síndrome do Falso Médico”, que se caracteriza por ser uma patologia mental de alto perigo, pertencente a um transtorno delirante de ordem psiquiátrica. “A base desse transtorno é a esquizofrenia, que responde pela conduta do ‘charlatanismo’”, explicou ele.

“O charlatão médico é uma pessoa que sabe conscientemente que não é médico, mas mesmo assim, age intencionalmente por achismo e opiniões próprias, sem ter graduação médica ou certificado emitido pelos órgãos competentes”, declarou Bez. “É um impostor e, dependendo do nível de fragmentação mental, falsificações de documentos ou subtração de registros médicos de outros profissionais são usados para dar continuidade à mentira”.

De acordo com o psicólogo, o impostor médico ao realizar tal ato desconsidera sua falta de habilidade, não habilitação para fazer diagnósticos de condução de tratamentos, falta de capacidade para prescrever ou realizar procedimentos, o não conhecimento adequado de farmacologia e suas implicações, além da falta de intimidade com os mecanismos fisiológicos e seus funcionamentos.

“Além de tudo, ele desconsidera o que é mais importante, a vida do paciente! Priorizando sua ideia de ser médico, mesmo não tendo o conhecimento necessário para realizar essas funções. Ele não se preocupa com os resultados de seu pseudo-atendimento e essa prática é criminosa, ilegal e letal”.

O especialista explica que pessoas que cometem tal ato podem estar buscando aprovação social, sucesso, fama – de ser um salvador -, ideia de estar prestando um serviço de caridade às vítimas socorridas, delírio de grandeza, poder em decidir sobre a vida do paciente e qualificação.

“É necessário uma averiguação da veracidade da identidade médica, uma entrevista de admissão médica mais atenciosa por parte dos contratantes e que as pessoas que cometem esses atos cumpram a lei. Já que, pelo caráter esquizofrênico, essa postura delirante não irá mudar, mas sim se intensificar.”, finalizou Bez. 
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