O governador gaúcho Eduardo Leite se reuniu no Palácio Piratini, nesta segunda-feira (3), com representantes da Aeromot, empresa de tecnologia aeronáutica, para uma atualização sobre o andamento do projeto de implantação de uma fábrica na cidade de Guaíba, próxima de Porto Alegre.
Em junho do ano passado, o Estado assinou um protocolo de intenções com a empresa para viabilizar a instalação de um centro de montagem, orçado em R$ 300 milhões e que deve gerar aproximadamente 500 empregos diretos e 800 indiretos. Também cedeu uma área de 250 hectares para tal finalidade
“Este é um projeto estratégico para o Estado. As reuniões anteriores foram conduzidas pelo então governador Ranolfo Vieira Júnior”, fruisou Leite. “Então, eu fiz questão de convidar a Aeromot para me inteirar de todos os detalhes. Estamos à disposição. Queremos garantir que tudo saia perfeitamente.”
Conforme o presidente da Aeromot, Guilherme Cunha, as obras devem começar no primeiro bimestre de 2024, e a primeira aeronave deve ficar pronta no fim do mesmo ano: “Esta unidade irá tornar o Rio Grande do Sul referência no Brasil, gerando emprego, renda e desenvolvimento para o Estado e para Guaíba”.
Os executivos também apresentaram ao governador o projeto de construção de um complexo de tecnologia e pesquisa e entregaram a Leite um protótipo em miniatura da aeronave que deve ser produzida em Guaíba.
A Aeromot (Aeronaves e Motores S.A.) é a responsável exclusiva no Brasil pela distribuição e pelo centro de serviços autorizados da Diamond Aircraft, que produz diversos tipos de veículos aéreos. Atualmente, a Diamond possui sede na Áustria e instalações no Canadá e China.
Participaram do encontro desta segunda-feira os secretários Artur Lemos (Casa Civil), Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico), Simone Stülp (Inovação, Ciência e Tecnologia) e Sandro Caron (Segurança Pública), além de parlamentares e do prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata.
Detalhes
A iniciativa também prevê estudos de viabilidade sobre instalação de pista de pouso e centro tecnológico. Conforme os termos do acordo, durante um ano a empresa pagará mensalmente ao Estado o valor correspondente à reserva da área, como uma espécie de aluguel.
Esse montante poderá ser abatido do valor total do terreno, caso sejam cumpridos os requisitos legais referentes ao projeto e haja interesse na aquisição da área. O prazo de vigência poderá ser prorrogado a pedido da Aeromot.
Dentre os modelos a serem fabricados estão aviões e helicópteros destinados a polícias, com fuselagem blindada e sistema de monitoramento com sensores diurno, noturno e infravermelho.
Trata-se do primeiro “empréstimo” de um espaço do governo do Estado para análises prévias com esse perfil. Conforme o Executivo, a medida faz parte do empenho em desburocratizar processos e fortalecer ainda mais a atração de investimentos e empresas para o Estado.
A Aeromot havia protocolado em maio de 2022 uma carta-consulta sobre incentivos no âmbito do Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (Proedi-RS). No final do mês seguinte, assinou com o governo gaúcho um protocolo de intenções para viabilizar investimento inicial de R$ 70 milhões, projeção que acabou atualizada para R$ 300 milhões.
Trajetória
Presente no setor desde 1967, a Aeromot tem a sua sede no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, e filial no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).
Em seu site, define-se como “líder nacional na realização de projetos de monitoramento aéreo e uma das principais empresas brasileiras no ramo da aviação, com clientes e operações em todo o território nacional, fornecendo soluções tecnológicas e diferenciadas para os mais diversos segmentos”.
A empresa acrescenta: “Especializou-se na manutenção e distribuição de aeronaves, formando parcerias e alianças estratégicas para a venda com os principais fabricantes de aeronaves de asas fixas, rotativas e aeronaves não tripuladas no Brasil. Além disso, fornece componentes aeronáuticos e equipamentos de segurança”.
(Marcello Campos)