Único Estado a integrar a delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária durante viagem oficial à China na semana passada, o Rio Grande do Sul estendeu a permanência de sua comitiva no país. O objetivo é sondar novas oportunidades de negócio, além de intensificar os esforços para que as autoridades locais atendam a quatro solicitações encaminhadas pelos gaúchos.
No pacote de pedidos estão a habilitação de cinco frigoríficos de aves e um de bovinos, validação de status sanitário como zona livre de febre aftosa sem vacinação (para incluir na lista de exportações a carne suína com osso e miúdos) e a entrada da noz pecan no mercado do Gigante Asiático.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) representa o governo gaúcho por meio do diretor de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais, Evaldo da Silva Júnior, que cumpre agenda nas cidades de Xangai e Xiamen. O titular da pasta, Ernani Polo, ressalta:
“Continuamos a trabalhar em solo chinês para concluir as pautas iniciais e construir novas negociações. Já houve avanço na habilitação de dois frigoríficos, mas queremos incluir os quatro restantes”.
Ele destacou, ainda, que a missão também está prospectando investimentos em áreas como inovação, energias renováveis e infraestrutura: “A presença de representantes do governo do Rio Grande do Sul em missões internacionais é sempre muito importante, ao aproximar as relações e contribuir para a construção de novos caminhos”.
Eventos
Os compromissos cumpridos junto com a missão brasileira incluem a participação no 2º Seminário Sino-Brasileiro da Cadeia de Suprimentos de Alimentos e Pecuária, promovido pela Sedec em conjunto com a Associação Chinesa de Inspeção de Admissão e Saída e Quarentena.
O evento reuniu líderes do país asiático e 38 representantes de entidades brasileiras, como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips).
Também participaram gestores de órgãos oficiais, como o secretário Nacional de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana, e o diretor do Departamento de Saúde Animal, Eduardo Azevedo.
Na ocasião foi assinado um termo de intenção para cooperação estratégica. A finalidade é estabelecer uma comunicação alinhada entre os dois países, facilitando assim o entendimento das políticas regulatórias chinesas de segurança alimentar de importação.
Conforme Silva Júnior, um dos itens inseridos nas tratativas foi a consolidação normativa para registro de empresas de importação de alimentos e o acesso ao mercado chinês. “Muitas empresas salientam que esse aspecto interfere no andamento dos trâmites legais, devido à ausência de informações e a alterações frequentes na documentação exigida”, explicou.
A comitiva gaúcha permanece até a semana que vem, com foco na atração de investimentos estrangeiros diretos e reuniões com importadores, investidores e fundos de investimentos locais. “Já identificamos uma possibilidade de levar para o Rio Grande do Sul uma nova operação chinesa, mas ainda está em negociação inicial”, revelou, sem entrar em detalhes.
(Marcello Campos)