O verão 2022/2023, com estiagem e temperaturas acima da média histórica, teve grande impacto na produção leiteira do Rio Grande do Sul, ocasionando baixa condição corporal das vacas em lactação por má qualidade ou falta de pastagens, falta de água disponível ou perdas nas safras de grãos destinados à nutrição dos animais.
As informações constam no Comunicado Agrometeorológico 51 – Especial Biometeorológico Verão 2022-2023, elaborado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.
O documento analisa as condições meteorológicas ocorridas no período, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar. Utilizando o Índice de Temperatura e Umidade (ITU), a publicação identifica as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais foram submetidos, estimando os efeitos na produção de leite.
“A avaliação do trimestre evidenciou períodos consideráveis de estresse térmico impostos aos animais, com elevadas estimativas de queda de produção de leite em todas as regiões do Estado. O quadro se acentuou em vacas lactantes de alta produção, afetando o retorno econômico dos produtores rurais”, afirmou a pesquisadora Ivonete Fátima Tazzo.
Entre as regiões do Estado, o Vale do Uruguai (municípios de Frederico Westphalen e Santa Rosa) se destacou como a que registrou maiores períodos de desconforto térmico para os animais. O comunicado também lista algumas medidas que podem ser adotadas para mitigar os efeitos de condições meteorológicas com potencial de gerar estresse térmico.
A publicação é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Biometeorologia, constituído por pesquisadores e bolsistas das áreas da Agrometeorologia e Produção Animal.