O ex-presidente Jair Bolsonaro vai prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o caso das joias da Arábia Saudita nesta quarta-feira (5) de forma presencial em Brasília (DF). Também depõem no mesmo dia e horário o militar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro, e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes.
Presentes enviados pelo governo da Arábia Saudita por meio do ex-ministro Bento Albuquerque foram entregues para compor o acervo pessoal de Bolsonaro, em novembro de 2022.
Albuquerque depôs sobre o caso em março, por videoconferência, e blindou Bolsonaro, ao afirmar que havia se surpreendido com os presentes serem joias caras e não haver conversado com o ex-presidente sobre isso.
Um conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que seria para a então primeira-dama, Michelle, foi retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).
Bolsonaro teria agido diretamente para liberar os objetos, interferindo na Receita Federal. As joias deveriam fazer parte do acervo público da Presidência, não de seu acervo pessoal. O TCU (Tribunal de Contas da União) obrigou o presidente a devolver as joias.
Entrega
A defesa de Bolsonaro entregou nessa terça (4) um pacote de joias recebidas pelo ex-presidente em 2019, em viagem feita ao Catar e à Arábia Saudita. O pacote inclui abotoaduras, anel e outros itens de ouro e brilhantes.
Os advogados de Bolsonaro já tinham avisado ao Tribunal de Contas da União (TCU) que devolveriam as joias até que haja uma decisão final sobre qual deve ser o destino dos itens.
Este conjunto foi recebido em mãos pelo próprio Bolsonaro. O estojo inclui um relógio da marca Rolex, uma caneta, abotoaduras e outros itens em ouro e brilhantes. O pacote, estimado em pelo menos R$ 500 mil, ficou guardado em uma fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, na capital federal.
Em petição direcionada ao ministro Augusto Nardes, a defesa do ex-presidente afirmou que esse novo conjunto de joias, cuja existência foi revelada pela imprensa, não eram objeto da representação original do TCU, que versava sobre joias recebidas por comitiva que foi à Arábia Saudita em 2021.