O Banco Central informou que as retiradas nas cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 51,23 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Durante o período, os depósitos somaram R$ 908,37 bilhões, e as retiradas R$ 959,6 bilhões.
Essa a maior retirada líquida para este período desde o início da série histórica, em 1995. Até então, a maior evasão de recursos nos três primeiros meses de um ano havia sido registrada em 2022 (-R$ 40,37 bilhões).
Somente em março, a saída de recursos (acima dos depósitos) somou R$ 6,08 bilhões. Em janeiro deste ano, o montante ficou em R$ 33,63 bilhões e em fevereiro R$ 11,52 bilhões. Em março de 2022, foram a saída de recursos (acima de depósitos) totalizou R$ 15,35 bilhões.
Somente em março, a saída de recursos (acima dos depósitos) somou R$ 6,08 bilhões. Em janeiro deste ano, o montante ficou em R$ 33,63 bilhões e em fevereiro R$ 11,52 bilhões. Em março de 2022, foram a saída de recursos (acima de depósitos) totalizou R$ 15,35 bilhões.
Com a saída de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda. Em fevereiro, estava em R$ 968 bilhões, recuando para R$ 967,4 bilhões no fim de março.
Cenário
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de juros elevados e de inflação ainda pressionada.
Em 13,75% ao ano, a taxa básica da economia está no maior nível em mais de seis anos, com reflexos nas taxas cobradas pelos bancos — que somaram, em fevereiro, a maior taxa média em cinco anos.
Já a inflação oficial avançou 0,84% em fevereiro. Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 5,60% na janela de 12 meses.
Indicadores também mostram que o endividamento da população segue alto. Segundo o BC, ele somou 48,8% da renda acumulada nos doze meses até fevereiro desse ano.
O governo federal prepara um programa, chamado de Desenrola, para a renegociação de dívidas de cerca de 40 milhões de brasileiros negativados.
Rentabilidade
Em 2022, a poupança teve o primeiro ano de rendimento real desde 2018, após três anos de ganhos abaixo da inflação oficial do país.
No ano passado, a aplicação financeira mais popular do país registrou rentabilidade de 2%, já descontado o aumento de preços pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Apesar do ganho real, a aplicação segue com rendimento limitado. Quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
Um levantamento de Einar Rivero, da consultoria TradeMap, mostra que apenas cinco das 13 principais aplicações financeiras do país apresentaram ganho acima da inflação no último ano.
O maior ganho real foi registrado pelo IHFA, que é um índice do mercado financeiro que calcula a média do desempenho dos fundos de investimento multimercado, com alta de 7,45%. Já a maior perda real foi registrada pelo bitcoin, com uma queda de 68,27% no ano.