O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que irá se reunir com a indústria automobilística e lideranças sindicais para discutir o financiamento e produção de automóveis do Brasil. De acordo com o chefe do Executivo, a discussão com o setor não é para reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); “é mais profunda”.
Lula afirmou que planeja se reunir com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e sindicalistas para a discussão de uma programação “que pode envolver alguma política de isenção fiscal”.
“Eu já disse ao Geraldo Alckmin, que convidasse a indústria automobilística e sindicatos para ter uma conversa”, afirmou Lula, em referência ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “Precisamos ter uma discussão mais profunda do que queremos da indústria automobilística brasileira porque também precisamos assumir a responsabilidade de facilitar o financiamento de carro”, pontuou.
Segundo o presidente, não adianta aumentar a produção automobilística no Brasil se não houver mercado interno. “Não está fácil comprar um carro hoje”, disse. “Não vamos ficar produzindo carro para um povo que não pode comprar.”
O presidente disse que a indústria automobilística também será tema de debate de sua viagem à China, prevista para acontecer na próxima semana.
Segundo o chefe do Executivo, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), está no país asiático e sinaliza um acordo com a China de acordo com a potência para a produção de carro elétrico no Estado, na fábrica da Ford. “Me interessa ter carro elétrico no Brasil”, afirmou.
Política de preços
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a mudança na política de preços da Petrobras ainda não está em discussão no governo. “A política de preços da Petrobras será discutida no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir. Enquanto o presidente da República não convocar, a gente não vai mudar o que está funcionando hoje”, afirmou.
Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula disse ter sido “pego de surpresa” com a discussão entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre o tema.
Silveira declarou que o governo deve atuar para mudar a atual política de preços da Petrobras por estar atrelada ao mercado internacional, e avançar na construção de um “preço de competitividade interna”.
O Conselho de Administração da Petrobras reagiu às declarações e enviou uma carta a Silveira cobrando a nova diretriz de preços e reforçando que é necessário aprovação do colegiado para que a nova política entre em vigor na estatal.
Na conversa com jornalistas, Lula disse que ainda não conversou com as duas autoridades. O presidente repetiu que, em sua opinião, o Brasil não deve estar submetido ao preço de paridade de importação (PPI) e disse que a Petrobras tem que aumentar investimentos.
“A Petrobras não pode continuar distribuindo a quantidade de dividendos que vem distribuindo. A Petrobras precisa fazer investimentos no Brasil”, completou Lula.