O velório do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Vieira Sanseverino prossegue nesta segunda-feira (10), na capela histórica do Cemitério São José, no Crematório Metropolitano de Porto Alegre, no bairro Azenha. O magistrado morreu na tarde de sábado, aos 63 anos, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Sanseverino estava internado em decorrência de um câncer em estágio avançado. A cerimônia de despedida está prevista para as 15h.
No domingo, familiares e amigos se reuniram para dar o último adeus ao magistrado, assim como autoridades. Sanseverino deixa a esposa, Maria do Carmo Stenzel Sanseverino, e dois filhos, Luiza e Gustavo.
O ex-ministro do STJ Jorge Mussi, que deixou a corte no final do ano passado, foi um dos primeiros a chegar na capela para as despedidas. “O Judiciário brasileiro está menor. O sanseverino foi um grande agregador, formador da jurisprudência. Um profissional que representou as mais caras tradições do Judiciário brasileiro”, afirmou. Mussi disse que outros ministros estão a caminho de Porto Alegre para se despedirem de Sanseverino.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, esteve na capela para se despedir do colega. Ela chegou emocionada e foi abraçada por amigos. Ao sair, salientou a memória que guarda de Sanseverino. “Um homem espetacular, querido de todos, admirado por todos. Realmente uma pessoa absolutamente diferenciada. A gente fica com uma enorme tristeza”, disse.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), desembargador Francisco José Moesch, destacou as qualidades de Sanseverino. “Um grande homem. Ético, exemplar, simples e modesto, que é a característica dos sábios”, avaliou.
Homenagens
Sanseverino fazia parte da Terceira Turma do STJ e também integrava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como ministro substituto.
O juiz de direito Orlando Faccini Neto classificou a perda de Sanseverino como “enorme”. Conforme ele, o ministro era o jurista de maior projeção do Rio Grande do Sul. O magistrado ainda ressaltou a trajetória acadêmica de Sanseverino. “Tudo isso reunido numa pessoa de bem, um sujeito afável, educado e sempre disposto a ajudar os outros. O que, aliás, no meu caso, fez muitas vezes com palavras de apoio e muita generosidade”, afirmou.
A presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, disse que “a Justiça brasileira perde um de seus mais brilhantes e dedicados operadores”.
“Sanseverino teve uma carreira admirável e seu legado como jurista, magistrado e professor é uma inspiração. Ele deixa um exemplo de integridade, de amor à família, de amizade, de seriedade profissional e de preocupação verdadeira com a justiça em seu sentido mais profundo”, afirmou Maria Thereza.