Uma das professoras da creche que foi alvo de um assassino em Blumenau passou mal um dia depois do ataque e precisou ser submetida a uma cirurgia. A mulher sofreu um infarto, contou a assessora jurídica da unidade de ensino, Patrícia Kasburg. Sem histórico de doenças, a profissional teria ficado em choque com o episódio. Ela era uma das profissionais que estavam na creche no momento do ataque e ajudou a socorrer os alunos.
Patrícia revelou também que a professora de 60 anos precisou passar por um procedimento para colocar um cateter no coração. A princípio, a docente está fora de perigo. Ela foi levada às pressas para o hospital na quinta-feira (6), dia em que as quatro crianças foram sepultadas.
De acordo com o jornal O Globo, a professora chama-se Alaide e tem 60 anos. Os médicos afirmam que o infarto foi resultado de um “estresse pós-traumático muito grande”, segundo a assessora jurídica da creche, que pediu para preservar o sobrenome da docente.
A professora, que recebeu alta no sábado, segue medicada e em tratamento. “Pedimos oração pela sua recuperação”, escreveu a instituição.
Ataque
Colegas que também estavam trabalhando no momento do ataque falaram sobre o trauma que ficou durante a entrevista coletiva. A professora Jennifer Ferreira, que acompanhava os alunos no parquinho no instante em que o autor pulou o muro e atacou as vítimas com uma machadinha, disse que toda a ação durou segundos. Havia cerca de 25 crianças em atividade na área externa invadida.
As professoras correram com os estudantes, que foram trancados em vários cômodos, incluindo o banheiro, para terem as vidas poupadas. Ao todo, quatro alunos morreram e cinco ficaram feridos.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, o homem tem outras quatro passagens pela polícia, uma delas por esfaquear o padrasto, em março de 2021. Na noite de quarta-feira (5), data em que ocorreu o atentado, a população de Blumenau fez uma vigília na porta da Cantinho Bom Pastor com velas e orações. Algumas mensagens também foram deixadas no muro da creche, entre elas uma que dizia “Pai, mãe, suas crianças estão nas orações de Jesus”.
O portão da entrada foi coberto pelos funcionários com um pano preto em símbolo de luto. As crianças mortas foram enterradas sob forte comoção. A Polícia Civil trata o atentado como um caso isolado.