A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e outros cinco parlamentares da bancada do União Brasil no Rio de Janeiro pediram para deixar a sigla à Justiça Eleitoral. Os parlamentares entraram com um pedido de desfiliação partidária, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na quinta-feira (06), sob o argumento de “assédio” por parte da direção nacional.
No pedido, os parlamentares dizem que, já pensando na realização das convenções municipais, tentaram fazer a filiação de eleitores visando o fortalecimento da sigla no Rio de Janeiro, mas foram surpreendidos com o bloqueio de senhas do diretório estadual.
“Inexcusável obstrução política”, citam os deputados. Assinam a ação: Daniela Carneiro, Chiquinho Brazão,, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Ricardo Abrão e Dani Cunha. Na ação, os parlamentares também pediram que as desfiliações sejam acompanhadas de decisão pela perda de parte do tempo de TV e do fundo partidário do União Brasil.
E citam que foram insultados e ameaçados, com frases como: “tomara que saia do partido”, “ninguém presta”, “prefiro começar o partido do zero no Rio” e “vou expulsar fulano”.
Os parlamentares também acusam os dirigentes de querer constituir apenas “comissões provisórias formadas por aqueles que lhe forem submissos, visando obter o controle absoluto do Partido.”
No TSE, o processo foi remetido ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta nesta terça-feira (11). Ao ser questionado se Daniela Carneiro corria o risco de perder a pasta do Turismo, o ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias (PT), afirmou que “a composição do governo depende de entendimento entre líderes e partidos”.
“Cabe ao ministro Padilha estar dialogando. O importante é que se tenha o conjunto de parlamentares, aquela base que foi parte da campanha e outros parlamentares que mesmo não tendo sido base, não compreendem a importância desse momento do Brasil de dar sustentação a um projeto de Brasil”, disse Dias.
Para Wellington Dias, não fragiliza a permanência de Daniela Carneiro no governo a partir da desfiliação do União Brasil. “Ela tem o seu mérito. O conjunto de líderes tem uma relação. Tudo isso vai ser levado em conta.”
O que diz o presidente do União Brasil
O presidente da União Brasil, Luciano Bivar (PE), afirmou que é uma prerrogativa do partido articular com os diretórios uma política única. “Se quer fazer uma política diversa do partido, o partido pode usar dos meios para buscar o alinhamento”.
Segundo Bivar, o problema do Rio é local e o partido não quer interferir, mas o diretório não pode se comportar à revelia da direção nacional.