13/04/2023 às 11h03min - Atualizada em 14/04/2023 às 00h01min

Ministro da Fazenda diz que algumas empresas chinesas de comércio eletrônico praticam “concorrência desleal”

Ministro da Fazenda diz que algumas empresas chinesas de comércio eletrônico praticam "concorrência desleal" - Jornal O Sul

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (13) que algumas empresas chinesas de comércio eletrônico praticam “concorrência desleal” com companhias do Brasil ao burlarem as regras de importação.

Ele deu a declaração na China, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita ao país asiático. “O que está se reclamando por parte de algumas empresas é que está havendo uma espécie de concorrência desleal por parte de alguns sites. Está sendo investigado e será coibido. O melhor que pode acontecer ao consumidor e economia brasileira é uma isonomia na concorrência”, disse Haddad em Xangai.

Nesta semana, o governo informou que, para combater a sonegação de impostos, vai acabar com a isenção de tributos para envios de encomendas do exterior por pessoas físicas no valor de até US$ 50. Assim, todas as encomendas serão tributadas igualmente: em 60% do valor da mercadoria.

Segundo o Ministério da Fazenda, a isenção de até US$ 50 vem sendo usada indevidamente pelo comércio eletrônico. Algumas empresas estariam se passando por pessoas físicas para enviar as encomendas internacionais e o cliente receber no Brasil sem cobrança de imposto.

Outra prática irregular é colocar na nota do produto um valor abaixo do real para caber na cota de US$ 50 e tentar burlar a taxação. E, quando o cliente pede vários produtos, os sites dividem a compra em diferentes pacotes, sempre abaixo cota, em uma tentativa de driblar a cobrança do imposto.

O governo afirmou que vai aumentar a fiscalização sobre esse tipo de comércio, também com o objetivo de coibir a sonegação fiscal. Haddad disse que é preciso igualdade de condições de concorrência entre empresas brasileiras e estrangerias.

“Quando não tem [igualdade], prejudica muito a economia. Ninguém acha que vai ser bom para a economia brasileira contrabando, carga roubada, mercadorias feitas com base em trabalho análogo à escravidão. Nada disso vai ser bom ao Brasil, e a maneira de garantir isso é concorrência igual para todo mundo”, declarou o ministro.

Ele afirmou também que está havendo, na sua visão, muita confusão e desinformação sobre a medida. “Tem empresas brasileiras que atuam no Brasil, tanto com lojas abertas, tanto com comércio virtual. Tem empresas estrangeiras que têm sede no Brasil, e tem portais estrangeiros que vendem no Brasil. E tudo isso é legal, e ninguém está pensando em aumentar imposto”, explicou.



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