O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou a visita oficial de três dias à China participando da posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics nesta quinta-feira (13), em Xangai.
Lula desembarcou em Xangai no início da manhã da quarta-feira (12) e sua agenda no país asiático inclui uma série de reuniões com empresários e autoridades chinesas. Antes da posse, a primeira atividade oficial de Lula foi uma reunião com Dilma.
Além desses compromissos, em Xangai o presidente brasileiro também visita o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, uma das principais empresas de tecnologia da China.
Lula também se reúne com o CEO da BYD, Wang Chuanfu, e com o presidente do Conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou.
Outra audiência na agenda de Lula é com o Secretário-Geral do Partido Comunista em Xangai, Chen Jining. O encontro será seguido de um jantar oferecido pelo próprio Chen Jining.
Após a agenda em Xangai, Lula parte para Pequim, onde se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping.
A visita do ex-presidente brasileiro à China tem como objetivo fortalecer as relações comerciais e diplomáticas entre os dois países, especialmente em áreas como tecnologia, infraestrutura e energia.
A visita de Lula à China ocorre em um momento em que os governos dos dois países falam em reconstrução das relações entre Brasil e China após momentos tensos vividos durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante sua estada na China, Lula deve se encontrar com autoridades e empresários chineses para discutir oportunidades de investimento e cooperação bilateral em áreas como infraestrutura, tecnologia e energia.
Conversa com Xi Jinping
De acordo com o Palácio do Planalto, Lula e o presidente chinês vão se encontrar na sexta-feira (14).
O petista e Xi Jinping devem tratar de temas que vão desde a guerra entre Rússia e Ucrânia e questões comerciais, de governança global, até a promoção de produtos brasileiros no mercado chinês.
Apesar de o Brasil não estar diretamente envolvido no conflito no leste europeu, Lula já disse publicamente que conversará com o presidente chinês sobre o papel do país asiático na resolução da guerra.
O presidente brasileiro quer que China seja um dos líderes de um grupo de países para buscar uma saída diplomática para a guerra envolvendo Rússia e Ucrânia.
Lula tem dito que o presidente russo, Vladimir Putin “não pode ficar com o terreno” invadido na Ucrânia, mas que “talvez nem se discuta a Crimeia”, uma das regiões ucranianas invadidas pela Rússia.
Em uma rede social, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou que o país agradece os “esforços” do presidente Lula para tentar pôr fim à guerra na região, mas que o país não cederá “um centímetro” de terra à Rússia.
China e EUA
No cenário internacional, a viagem de Lula ainda coloca o governo brasileiro no centro da disputa de influência e poder entre China e Estados Unidos. Depois de anos de relações mornas resultantes de ruídos causados pelo governo Bolsonaro com os dois países, o Brasil vai se consolidando como a nova trincheira de chineses e americanos.
As duas superpotências vivem um momento tenso em sua competição econômica e política, com troca de acusações de espionagem e difamação que ameaçam descambar para um conflito militar em Taiwan — que a China vê como seu território e que os EUA encaram como independente.
Além do encontro com Xi Jinping, na sexta-feira Lula participará de um jantar com o presidente chinês e de reuniões com Zhao Leji, presidente da Assembleia Popular Nacional, no Grande Palácio do Povo, e com o primeiro-ministro Li Qiang.