Durante evento nesta segunda-feira (19) em Porto Alegre, o governador gaúcho Eduardo Leite voltou a defender as energias renováveis como oportunidade de desenvolvimento econômico em meio à agenda ambiental de sustentabilidade. Ele também reiterou o potencial do Rio Grande do Sul no setor de energia eólica offshore (gerada a partir do vento em parques localizados no mar).
A manifestação foi feita em discurso de abertura do encontro “Wind of Change” (“vento de mudança”, em um trocadilho traduzido livremente). Realizada no hotel Laghetto, e atividade reuniu investidores e autoridades para debates sobre o tema.
“O Rio Grande do Sul é destacado na sua oportunidade de geração de energia renovável, especialmente a eólica, pelos bons ventos que temos para os investimentos dentro do continente”, frisou. “E também para o offshore, em que o nosso Estado se revela especialmente competitivo pelo que temos de demanda interna e pela proximidade com a Região Sudeste, onde há grande consumo, o que diminui os custos de transmissão”.
Atualmente, 83% da energia gerada em território gaúcho é de origem renovável. O Estado ocupa a quinta posição no País em capacidade instalada de energia eólica. São 1.836 megawatts (MW) instalados em 80 parques eólicos em nove municípios.
Leite disse, ainda que o governo estadual vem atuando de forma a facilitar o escoamento da energia gerada: “Observamos uma forte expansão da geração de energia eólica, mas uma limitação das nossas linhas de transmissão. Então trabalhamos para agilizar o licenciamento de projetos que estavam em curso, para liberarmos com rapidez os investimentos para 3,2 mil quilômetros de linhas de transmissão, boa parte já finalizados e outros em fase de conclusão”.
Organizado pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), o “Wind of Change contou com a presença da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley. Depois do evento, a diplomata foi recebida pelo governador no Palácio Piratini, para ampliar o diálogo e a aproximação dos Estados Unidos com o Rio Grande do Sul na pauta energética.
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Agilidade e redução de custos no licenciamento ambiental, o estabelecimento de um comitê de planejamento energético e estudos de mapeamento do potencial energético do Rio Grande do Sul foram pontos lembrados pelo governador como parte das ações e compromissos do Estado com a pauta da energia renovável.
“A parte que cabe ao governo para dar ao potencial do Estado capacidade de execução começa justamente com o mapeamento desse potencial”, prosseguiu o governador. “Até pouco tempo, o Estado não tinha os estudos para identificar qual é e onde está esse potencial de geração de energia. Trabalhamos ao longo dos últimos anos no mapeamento e estamos fazendo o atlas energético do Rio Grande do Sul para que possamos oferecer aos investidores as informações necessárias, abreviando a etapa de estudos dos projetos.”
O hidrogênio verde é outra pauta que vem recebendo ação destacada do Estado. Para viabilizar a ampliação da produção desse biocombustível e alcançar autossuficiência, o governo vem firmando parcerias com empresas interessadas em implementar projetos no Rio Grande do Sul.
Desde 2022, já foram assinados quatro memorandos de entendimento com as empresas White Martins, Enerfín, Neoenergia e Ocean Winds. Boa parte desses projetos considera a integração com investimentos em usinas eólicas offshore. Também é mencionada a contratação, em julho do ano passado, de uma consultoria por meio da empresa americana McKinsey & Company, que elaborou um estudo sobre as perspectivas de mercado no Estado e um plano de desenvolvimento do setor.
“Estamos posicionando o Estado em uma agenda que ganha cada vez mais relevância no mundo. Isso não apenas tem valor econômico e conversa com um dos pilares do nosso governo, que é o desenvolvimento com inovação e sustentabilidade, mas também associa o Rio Grande do Sul às oportunidades de investimento que nos colocarão em destaque”, observou Leite.
(Marcello Campos)