A Polícia Civil gaúcha deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19), a Operação Fratelli com o objetivo de reprimir a lavagem de dinheiro praticada por uma facção criminosa responsável por diversos homicídios envolvendo o tráfico de drogas no Rio Grande do Sul.
Segundo as investigações, essa organização criminosa ordenou pelo menos 12 mortes na Zona Sul de Porto Alegre e em outros locais. A operação, batizada de Fratelli, foi realizada na Capital, em Canoas, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Campo Bom, Charqueadas, Itajaí (SC), Itapema (SC), Balneário Camboriú (SC) e Bombinhas (SC).
“Esse grupo criminoso, que tem por base o Vale do Sinos, tem elos com uma facção nacional sediada em São Paulo e abastecia de drogas os bairros no Extremo Sul de Porto Alegre e São Leopoldo, lavando o capital oriundo do tráfico para diversos setores da economia formal”, informou a Polícia Civil.
Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva, 125 ordens de bloqueios bancários e 23 de indisponibilidade de imóveis. O valor dos bens congelados da organização chega a R$ 30 milhões. Três bandidos foram presos.
Conforme o delegado Marcus Viafore, as investigações iniciaram em 2021. A operação contou com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, da Brigada Militar e da Polícia Penal gaúcha.
O líder da facção foi preso em um resort na Praia do Forte, na Bahia, em 2021. Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Modulada de Charqueadas.
Moradores obrigados a pagar por asfalto
De acordo com a Polícia Civil, uma situação apurada foi de que, em 2022, o crime organizado mandou, de forma ameaçadora e agressiva, que os moradores de uma comunidade em Porto Alegre pagassem por um asfaltamento para melhorar a recepção aos usuários de drogas que lá iriam de carro. “O asfaltamento aconteceu e está ainda sob investigação”, informou a corporação.