O governo entrou em campo para articular o senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, ou o senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, na presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
Também existe a possibilidade de um dos senadores ficar com a relatoria da CPMI, caso a presidência fique com a Câmara dos Deputados.
O Palácio do Planalto conta com a experiência de ambos em CPIs para o cargo-chave que cabe ao Senado. Em CPMIs, eles são divididos entre as duas Casas.
Muitas das parcerias da CPI da Covid devem se repetir na CPMI do 8 de janeiro, e é provável que a maioria dos integrantes do antigo G7, que comandava a CPMI, estejam indicados pelo governo na nova comissão.
Financiadores
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou na sexta-feira (21) que, se a CPI mista dos Atos Golpistas for instalada, aliados do presidente Lula no colegiado vão priorizar a investigação e a convocação de pessoas e empresas que financiaram e estimularam os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.
Padilha, que é responsável pela articulação política do governo, deu as declarações depois de participar de um evento religioso na capital federal.
“Tenho ouvido de líderes, tanto no Senado quanto na Câmara, uma vontade muito grande de trazer para CPI aqueles que são acusados de terem financiado os atos terroristas. Quem pagou, quem financiou esse ataque à democracia precisa ser investigado. A CPMI vai ser um espaço, onde serão convocados e identificados, para a população, quem financiou os atos”, disse Alexandre Padilha.
“A CPMI vai atrás de todos os responsáveis, seja quem tem responsabilidade financeira, de ter pago, financiado, como a Polícia Federal já vem identificando empresários que financiaram, quanto aqueles que planejaram, aqueles que mobilizaram”, completou o ministro.
Ele afirmou ainda que, na avaliação do governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro é “o grande responsável” pelos atos.
“Sempre digo que o ex-presidente é o responsável moral, espiritual, organizativo, pelos atos do dia 8, porque durante quatro anos, semeou o ódio, contra a Suprema Corte, o sistema eleitoral. Ficou quatro anos estimulando atitudes golpistas”, disse.
Questionado sobre o perfil dos parlamentares que a liderança do governo vai indicar para compor o colegiado, Padilha afirmou que serão nomes “experientes” nesse tipo de enfrentamento político.
Segundo o ministro, deputados e senadores governistas terão de combater o que ele chama de “narrativa terraplanista que tenta transformar as vítimas dos atos nos responsáveis”.
Os nomes, de acordo com Padilha, serão indicados “o mais rápido possível”, assim que a CPI mista for criada.