A Operação Venire, realizada na última quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF), que resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e na prisão de seis aliados dele, foi o assunto político mais comentado das redes sociais, no período entre janeiro e maio de 2023. A conclusão é da empresa de consultoria Quaest, que divulgou os dados sobre a repercussão.
De acordo com a Quaest, a Operação Venire foi responsável, até as 16h de quarta por 464 mil menções ao termo “falsificação do cartão de vacina”. O levantamento teve como foco postagens feitas em sites de notícias e em redes sociais, a exemplo de Twitter, Facebook, Instagram e YouTube.
Pelos dados apontados pela consultoria, 81% das menções foram negativas, o que representa “o assunto com o maior percentual de rejeição” em um curto espaço de tempo, segundo Felipe Nunes, responsável pela Quaest. As menções positivas, segundo a consultoria, foram feitas no sentido de menosprezar a operação da Polícia Federal (PF).
A Operação resultou, ainda, em 26,5 milhões de interações, até o final da coleta da pesquisa. Essa variável busca medir a extensão do alcance nas redes.
Ao comentar os números, Felipe Nunes reconheceu que, na opinião do público digital, a oposição possui uma “força digital superior” a do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entretanto, a gravidade do caso de ontem impôs um revés à força da comunicação digital da oposição, notadamente da extrema-direita brasileira.
Ao alcançar o primeiro lugar no ranking de assuntos políticos mais comentados, a Operação Venire superou a proposta do novo arcabouço fiscal divulgada pela equipe econômica do governo, que teve, no dia 30 de março, mais de 17 milhões de interações em um dia.
“A operação da PF na casa de Bolsonaro repercutiu 54% a mais que o arcabouço fiscal, por exemplo”, destacou a Quaest, no relatório da pesquisa. Além disso, o caso de ontem superou o episódio das joias envolvendo a família Bolsonaro. Até a última quarta-feira, o caso era o evento mais negativo para Bolsonaro, já que, segundo a Quaest, “60% das menções [sobre o caso das joias] foram negativas a ele”.