16/05/2023 às 23h32min - Atualizada em 17/05/2023 às 06h01min

À medida que investigação avança, fica mais difícil para Bolsonaro alegar que não sabia de ações de Cid

À medida que investigação avança, fica mais difícil para Bolsonaro alegar que não sabia de ações de Cid - Jornal O Sul

Jornal O Sul
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A troca de mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, com assessoras da então primeira-dama Michelle Bolsonaro apontam para um avanço da investigação conduzida pela Polícia Federal sobre o clã Bolsonaro. As comunicações mostram Cid dando orientações para que despesas de Michelle fossem pagas em dinheiro vivo e de forma fracionada.

A revelação dessas mensagens, obtidas pela PF, demonstra operação semelhante à adotada no esquema das “rachadinhas” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando ele era deputado estadual. A avaliação é que é cada vez mais impossível dissociar Jair Bolsonaro das práticas, no mínimo, suspeitas, de Mauro Cid. Essa prática, segundo a Polícia Federal, dificulta a identificação de quem enviou o dinheiro.

Cid tem potencial destrutivo para a carreira política de Jair e pode respingar nas pretensões políticas de Michelle. A pressão de familiares para que ele se salve pode fazer, por exemplo, com que Cid decida colaborar com as investigações. Ele tem depoimento marcado para esta quinta-feira (18).

Mensagens

As conversas obtidas pela Polícia Federal a partir da quebra de sigilos incluem recibos de depósitos financeiros, enviados por ajudantes de ordens da Presidência em um grupo de aplicativo de mensagens. Nesse grupo, os funcionários que atendiam Bolsonaro e Michelle pediam a quitação de despesas da então primeira-dama e de parentes dela – e enviavam, em seguida, os comprovantes de pagamento.

Em uma dessas mensagens, a assessora Giselle da Silva pede que Mauro Cid fizesse pagamentos mensais a Rosimary Cardoso Cordeiro – amiga de Michelle Bolsonaro. A Polícia Federal identificou seis depósitos do tipo para Rosimary, entre fevereiro e maio de 2021. Os valores somam R$ 10.133,06.

A PF encontrou ainda seis comprovantes de depósitos feitos por Mauro Cid diretamente para Michelle entre março e maio de 2021, com valor total de R$ 8,6 mil; e mais seis depósitos entre março e maio de 2021, totalizando R$ 8.520, para Maria Helena Braga, que é casada com um tio de Michelle.

A troca de mensagens entre ajudantes de ordens da Presidência da República incluiu ainda o boleto de uma despesa médica dessa tia da ex-primeira-dama no valor de R$ 950,27. Segundo a PF, esse documento gerou um “alerta” de Mauro Cid no Grupo.

“Mauro Cid encaminha orientação do Exmo. Sr. Presidente da República, no sentido de o pagamento do boleto GRU [Guia de Recolhimento da União] ser feito em dinheiro para ‘evitar interpretações equivocadas'”, indica o relatório policial.



Fonte: https://www.osul.com.br/a-medida-que-investigacao-avanca-fica-mais-dificil-para-bolsonaro-alegar-que-nao-sabia-de-acoes-de-cid/

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