O PL avalia que as chances de Jair Bolsonaro ficar inelegível são altas e já tem uma estratégia para lidar com esse possível cenário: usar o discurso de vitimizar o ex-presidente.
A avaliação da cúpula do partido é que Bolsonaro tem mais potencial como cabo eleitoral do que candidato, devido a sua alta rejeição. A legenda apostará no discurso de vítima e de perseguição se o ex-presidente perder seus direitos políticos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A leitura é que com esse apelo ele conseguiria transferir ainda mais votos para quem apoiar.
O corregedor da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, liberou nesta quinta-feira para julgamento a ação que pode levar à inelegibilidade de Bolsonaro. A data ainda será definida pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Um dos focos do partido é aumentar o número de prefeituras em 22024. O tem hoje cerca de 300 cidades sob seu comando e quer aumentar esse número para 1 mil.
Escolha
A cúpula nacional do PL delegou ao ex-presidente Jair Bolsonaro a escolha do candidato do partido à sucessão da prefeitura do Rio de Janeiro em 2024.
Segundo relato, a única condição colocada pelo comando do partido é de que a legenda tenha candidatura própria, ou seja, que não apoie um nome de uma sigla aliada.
Inicialmente, a ideia da sigla era lançar o senador Flávio Bolsonaro para a disputa municipal.
O parlamentar, contudo, sinalizou resistência em assumir o posto, sobretudo diante da possibilidade de ele se tornar um plano B da legenda para a disputa presidencial de 2026 caso o pai seja declarado inelegível pela Justiça Eleitoral.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), levou na semana passada para a cúpula da legenda o nome do secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Teixeira Jr., mais conhecido como Doutor Luizinho, do PP.
A cúpula nacional da legenda, no entanto, indicou a Castro que o preferível seria um nome do PL e que caberá a Bolsonaro escolher um nome.
Diante do impasse, dois nomes são citados como favoritos para o posto: os dos ex-ministros Walter Braga Netto (Defesa) e Eduardo Pazuello (Saúde), ambos egressos do Exército Brasileiro.
O primeiro tem mais simpatia da cúpula nacional da legenda por ser identificado com a bandeira da segurança pública, apontada como uma das principais preocupações da população carioca.
Braga Netto atuou como interventor federal do Rio de Janeiro em 2018, quando o governo de Michel Temer autorizou uma intervenção devido ao aumento dos casos de violência.
Já Pazuello foi o segundo deputado federal que recebeu mais votos no Rio de Janeiro e é vinculado à bandeira da saúde pública, apesar de críticas sobre a maneira como lidou com a pandemia do coronavírus.
A cúpula nacional do PL reconhece que a disputa municipal no Rio de Janeiro será difícil, sobretudo diante da popularidade do prefeito Eduardo Paes, do PSD, que disputará a reeleição.