O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que foi mal interpretado sobre a fala relacionada aos programas nacionais de redistribuição de renda. A declaração foi dada após a repercussão de uma declaração feita pelo mineiro na abertura 8º Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste. Na ocasião, Zema afirmou que “se há Estados que podem contribuir para este país dar certo, eu diria que são estes sete Estados aqui. São Estados onde, diferentemente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.
A fala de Zema foi feita após uma crítica ao fórum dos governadores das 27 unidades da Federação. Ele disse que o grupo é muito “heterogêneo”. Depois da referência à quantidade de pessoas que “viveriam” de auxílio emergencial, Zema afirmou que “boa parte da solução do nosso País está nesses Estados (do Sul e Sudeste)”. Não há estatística oficial sobre as afirmações de Zema.
Nas redes sociais, internautas afirmaram que o discurso do governador teria sido xenofóbico e preconceito de classe. “Talvez por não utilizar as palavras adequadas, fui mal interpretado. As pessoas recebem o auxílio por não terem emprego. O auxílio é importante em momento de pandemia, recessão”, disse Zema sobre o ocorrido.
“[Quem ouvir novamente] Vai ver que aquilo que eu quis dizer, e se fui mal interpretado eu peço desculpa, é que nós, governadores do Sul e Sudeste, acreditamos, temos convicção, de que o melhor programa social é a geração de empregos”, alegou em seguida no segundo dia do evento.
Em seguida, em busca de minimizar suas declarações, o político passou a elogiar o Nordeste brasileiro: “Estamos hoje aqui, governadores do Sul e do Sudeste, nos espelhando nos governadores do Nordeste, que trabalham unidos. O Nordeste para nós, temos que lembrar aqui, está sendo um exemplo”.
Zema garantiu que o pagamento do auxílio foi importante no momento da pandemia e da recessão, mas argumentou que “o que vai fazer com que o brasileiro tenha dignidade é a geração de emprego”.
Oposição
A fala de Zema gerou críticas e reações de partidos de oposição. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) classificou como “vergonhoso” o que disse o governador mineiro. “Romeu Zema é o exemplo típico do preconceito bolsonarista”, afirmou em suas redes. Para o deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG), a declaração é um “ataque xenofóbico” e “preconceituoso”.
Sediado em Belo Horizonte, o 8º Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste contou com a participação dos governadores de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.