05/06/2023 às 21h43min - Atualizada em 06/06/2023 às 06h02min

Governo demite diretor do Ministério da Educação após operação que mirou aliados do presidente da Câmara dos Deputados

Governo demite diretor do Ministério da Educação após operação que mirou aliados do presidente da Câmara dos Deputados - Jornal O Sul

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O governo Lula demitiu nesta segunda-feira (5) o diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, Alexsander Moreira.

A demissão do então diretor do MEC ocorre dias depois de uma operação da Polícia Federal contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro no estado de Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica.

A chefia do MEC decidiu demitir Alexsander por entender que ele pode ter se omitido e não atuado para impedir os supostos desvios.

Operação Hefesto

A operação investiga possíveis crimes ocorridos entre os anos de 2019 e 2022 na compra de kits de robótica para 43 municípios no estado de Alagoas com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Apuração apontou que a licitação incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. De acordo com a PF, foram desviados R$ 8,1 milhões.

Além do suposto direcionamento, os kits de robótica foram comprados por valores muito acima dos praticados no mercado.

Em abril do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia determinado ao governo federal a suspensão dos contratos e os repasses de verba para a compra de kits de robótica para escolas do estado de Alagoas.

O motivo da suspensão dos contratos foram indícios de irregularidades na destinação de R$ 26 milhões, pelo Ministério da Educação e o FNDE, para aquisição do material por municípios alagoanos, no valor individual de R$ 14 mil.

Além do suposto direcionamento, os kits de robótica foram comprados por valores muito acima dos praticados no mercado.

O esquema, que a operação Hefesto investiga, já era alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) desde o ano passado quando a Corte determinou ao governo federal a suspensão dos contratos e os repasses para a compra dos kits.

Esses kits superfaturados foram adquiridos com recursos de emendas de relator do Orçamento, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto” e foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no fim do ano passado.

A investigação teve início após um jornal noticiar, em 2022, que uma empresa de Maceió (AL), cobrou R$ 14 mil por cada kit vendido. A Megalic, empresa que mais venceu licitações desse tipo, pertence ao casal Edmundo Catunda e Roberta Melo.

Entretanto, a empresa não produz os kits de robótica. A empresa comprava os conjuntos de itens eletrônicos por R$ 2,7 mil de uma outra empresa, situada no interior de São Paulo.

Chamou a atenção da Polícia Federal o fato de que a Megalic fazia transferências de dinheiro para pessoas físicas e empresas de Brasília, que movimentaram grandes quantias de dinheiro.

Os saques foram feitos de forma fracionada, possivelmente para evitar suspeitas de autoridades.

Os recursos eram entregues a um homem apontado pela PF como motorista de um assessor da liderança do PP na Câmara.



Fonte: https://www.osul.com.br/governo-demite-diretor-do-ministerio-da-educacao-apos-operacao-que-mirou-aliados-do-presidente-da-camara-dos-deputados/

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