Especulado como novo chefe do ministério do Turismo no lugar da deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ), o também deputado federal Celso Sabino (União-PA) não esconde a proximidade com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nem o passado de alinhamento com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro.
Se confirmada a mudança na Pasta, o parlamentar assumiria o ministério para atender a um pedido do líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA).
A possibilidade de troca na cadeira ocupada por Daniela Carneiro, uma das duas parlamentares do União Brasil na Esplanada dos Ministérios, poderia amenizar discordâncias no Congresso Nacional sem desagradar o senador Davi Alcolumbre (União-PA).
Ele foi o responsável por articular as indicações dos ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional).
Filiado ao União Brasil desde a fundação do partido, em 2022, Celso Sabino demonstrou postura dúbia em relação ao governo em votações cruciais.
Sabino foi favorável à MP dos Ministérios, pauta prioritária do Planalto.
Ele também votou para chancelar o texto-base do novo arcabouço fiscal, cuja aprovação contou com a articulação de Lira na Câmara.
Todavia ele se alinhou à oposição na discussão do projeto que define um marco temporal para a demarcação de terras indígenas, uma das mais recentes derrotas do governo junto ao Congresso.
Na Câmara e nas redes sociais, Sabino não omite o seu vínculo com o presidente da Câmara. Ele se referiu a Lira como “amigo irmão” em uma publicação datada do ano passado.
Na ocasião, o parlamentar fez uma postagem homenageando o cacique por seu aniversário: “Hoje é o dia de celebrar a vida deste amigo irmão, que tem se dedicado muito pra fazer a diferença para o nosso país, em um dos momentos mais difíceis da nossa história contemporânea”.
Trajetória de Sabino
Formado em Administração, ele ingressou na política em 2010, filiado ao então PR, hoje Republicanos. À época foi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa do Pará.
Três anos depois, em 2013, se filiou ao PSDB e conseguiu ser reconduzido ao cargo no ano seguinte. Em 2018, foi eleito um dos representantes do Pará na Câmara dos Deputados, ainda pelo PSDB.
Todavia uma série de atritos com a gestão tucana o levaram a pedir a desfiliação da legenda. O partido também tentava expulsá-lo.
Em agosto de 2021, Sabino entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para oficializar a saída. Este processo é obrigatório quando o parlamentar em exercício busca deixar o partido fora da janela partidária sem perder o mandato.
No pedido ele argumentou que foi preterido no recebimento de recursos partidários quando concorreu nas eleições de 2014 e 2018. Sabino reiterou, ainda, que houve animosidade quando, enquanto relator, pediu o arquivamento do processo de expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG) da legenda.