Mais de 36 milhões de pessoas ainda têm valores a receber por meio do sistema do Banco Central criado para devolver o dinheiro esquecido em instituições financeiras. Desde que o SVR (Sistema de Valores a Receber) começou a funcionar, em novembro do ano passado, 13,5 milhões de pessoas físicas, 27% do total, resgataram o dinheiro disponibilizado.
Entre as empresas, 493 mil já receberam seus valores, e outras 2,7 milhões possuem dinheiro a ser retirado. São R$ 7 bilhões não resgatados – quase dois terços do total a ser devolvido, que ultrapassa R$ 11 bilhões.
Os dados foram atualizados pelo BC na última quarta (7), contemplando um balanço até abril. Já foram recuperados R$ 3,9 bilhões. Pessoas físicas ainda têm R$ 5,6 bilhões a receber; empresas, R$ 1,3 bilhão.
Segundo o Banco Central, 63% dos beneficiários, somando quem já sacou e quem ainda tem quantias a retirar, têm direito a valores de até R$ 10. São 27,7 milhões de pessoas que se encaixam nesse perfil.
São 11,1 milhões na faixa de R$ 10,1 a R$ 100, enquanto 4,5 milhões possuem valores de R$ 100,1 a R$ 1.000. Para outras 787 mil pessoas, menos de 2% do total, foram encontradas somas acima de R$ 1.000.
O mês de março registrou maior montante devolvido, com R$ 503 milhões, seguido de abril, com R$ 259 milhões.
A maior parte do dinheiro a ser recuperado está nos bancos: tais instituições retêm 37%, somando mais de R$ 4,1 bilhões. Na sequência vêm as administradoras de consórcios, com R$ 2,1 bilhões. Cooperativas, financeiras e instituições de pagamentos acumulam R$ 635 milhões, R$ 93 milhões e R$ 76 milhões, respectivamente.
Como consultar
As consultas ao SVR podem ser feitas a qualquer momento, no site valoresareceber.bcb.gov.br. É preciso ter em mãos número de CPF e data de nascimento se for pessoa física. Pessoas jurídicas podem consultar por meio do CNPJ e da data de abertura da empresa. É necessário ter uma conta Gov.br nível prata ou ouro para ter acesso às quantias.
Para o saque, o cidadão precisa acessar o site do Banco Central criado para o SVR com o número do CPF e a data de nascimento, para pessoa física, ou o CNPJ e a data de abertura da empresa, para pessoa jurídica.
Também é necessário ter chave Pix. Também é possível pagar por DOC (Documento de Crédito) ou TED (Transferência Eletrônica Disponível). Nestes casos, o dinheiro cai na conta em até 12 dias úteis. Há, no entanto, instituições que não assinaram o “Termo de Adesão”, o que faz com que seja necessário realizar a solicitação de saque diretamente no banco ou na instituição financeira.
Qualquer pessoa física ou jurídica que teve relacionamento com bancos ou financeiras em algum momento poderá ter direito aos valores a receber.
O dinheiro a ser devolvido pelas instituições é referente a Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas; contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas com saldo disponível; contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas com saldo disponível, e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.