A expectativa do mercado por uma redução da taxa Selic em agosto aumentou novamente nesta segunda-feira (12). A maioria das projeções aponta que o Comitê de Política Monetária (Copom) cortará a taxa Selic, atualmente em 13,75%, em queda de 0,25%.
De acordo com dados B3, bolsa de valores brasileira, sobre contratos de opção de Copom desta segunda, a projeção de queda de 0,25% da Selic estava em 38,57%, contra 29,08% de manutenção da taxa no atual patamar e de 25,50% projetando uma queda de 0,5% da taxa básica de juros. Outros 2,35% projetam queda de 0,75%, e 1,82% acreditam que a Selic vai cair 1% no mês de agosto.
Na segunda-feira (5) anterior , a expetativa de manutenção da Selic estava em 45,56%, contra 31,74% de queda de 0,25%, e de 19% de diminuição de 0,5%.
As expectativas para um corte da Selic em breve já vinham aumentando na semana passada, em meio a dados de inflação mais fracos que o esperado. Nesta segunda-feira, o Boletim Focus mostrou novas reduções do mercado nas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, a expectativa da queda de juros faz com que a projeção de corte dos contratos do Copom de 0,25% suba para 38%.
“Essa movimentação se dá por duas razões importantes, a primeira é a possibilidade do FED optar pela manutenção dos juros na próxima reunião, e aqui dentro a gente começas a ver os projetores de inflação em uma dinâmica mais positiva. A gente teve o IPCA na última semana muito melhor do que o esperado, o IGP-Di também surpreendeu para baixo. Esses dados corroboram para que o BC venha cortar juros ainda esse ano.”
Final do ano
Segundo Boletim Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, divulgado nesta segunda-feira, não houve mudanças na expectativa de manutenção da taxa básica de juros em 13,75% na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom).
Os analistas também seguem vendo a Selic em 12,50% ao final deste ano, 10% no fim de 2024 e 9,00% em 2025, mas reduziram a perspectiva para o final de 2026 a 8,75%, de 9,0% antes.
“O cenário de deflação no atacado ao redor do mundo, somado à apreciação do real por aqui, tem contribuído para uma leitura mais otimista sobre a inflação do ano e isso tem levado o mercado a antecipar um possível corte de juros. Por outro lado, o comportamento dos serviços e dos núcleos continua a demandar cautela, especialmente em um contexto de pleno emprego. No fundo, o que se vê é uma melhora de itens mais voláteis até agora”, destacou em relatório Marco Caruso, do Banco Original.