O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), indicou nessa terça-feira (13) que o partido irá pleitear toda a estrutura do Ministério do Turismo, hoje ocupada também por partidos de esquerda. Após reunião com a bancada, o parlamentar ressaltou, porém, que o “tempo” para a troca é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde a semana passada, o governo intensificou o debate sobre a substituição de Daniela Carneiro, que pediu desfiliação do União, pelo deputado Celso Sabino (União-PA).
Pela manhã, Daniela ganhou sobrevida ao ser mantida por Lula. Após conversa no Palácio do Planalto, afirmou que continuará à frente da pasta. Ao falar com a imprensa, Elmar Nascimento indicou que a ascensão de Sabino implicaria numa participação maior, com participação em órgãos como a Embratur, hoje chefiada por Marcelo Freixo. Freixo pediu para sair do PSOL e se filiou ao PT no início de maio.
“Eu preciso entender como é o funcionamento do ministério, o que cabe, e a gente discutir com o governo. No início, quando fiz a interlocução com o presidente sobre isso (durante a transição), a perspectiva era que a indicação fosse da senadora Professora Dorinha (União-TO). Era ministério completo, com todas posições, até porque é um ministério pequeno”, disse Elmar.
O parlamentar também afirmou que o seu partido não colocará “uma faca” no pescoço de Lula.
“Quem tem legitimidade para nomear ministro, escolher ministro, demitir ministro, é o presidente Lula. Quando e se ele achar que deve, ele vai nos chamar. Há entre nós e o governo uma concordância: de que a forma que foi conduzida (a negociação para ministérios) no início do mandato não foi a mais adequada, porque não houve a legitimação da bancada.”
Segundo ele, “nunca houve” a expectativa de que haveria troca do ministério nessa terça.
“A gente não vai indicar o que não foi pedido. Primeiro eles têm que decidir se vão tirá-la ou não. Quem pede desfiliação do partido (como Daniela) pode ser ministro, mas na cota do presidente.”
O líder também reconheceu que, caso haja a mudança, não poderá pedir apoio de todos os parlamentares em pautas do governo. Mas lembrou que conseguiu 54 votos para aprovar o arcabouço fiscal.
“Eu não vou obrigar ninguém a se suicidar. Eu não vou pedir ao Kim (Kataguiri), Rosângela Moro, Felipe Francischini, Mendonça Filho, que apoiem pautas do governo e do PT”, disse ele, referindo-se aos deputados que são declaradamente de oposição.