O advogado e piloto Arcedino Concesso rebateu a informação de que a porta do avião aberta teria causado o acidente que sofreu com a família, nessa semana, no Piauí. Ele, a mulher, Juliana Plácido, a mãe dela, Maria Graci da Silva, e duas filhas do casal estavam na aeronave que de pequeno pequeno que caiu num campo de futebol na Vila Operária, na Zona Norte de Teresina. Arcedino, que deu essa primeira informação à torre de controle, disse que problemas no motor foram a causa e só revelará os detalhes quando estiver recuperado. O advogado afirmou ainda que ele e Juliana passam bem após terem feito cirurgias devido a fraturas na coluna. “Continuem orando”, pediu.
Em um áudio das conversas da torre de controle do Aeroporto Petrônio Portela, Arcedino Concesso avisou que estava com um problema e pediu autorização para retornar minutos antes de cair no campo.
“Vai fazer o retorno e pousar. Ficou uma porta aberta”, diz o piloto no áudio.
Na sequência, a torre de controle autorizou o retorno e disse, pelo rádio, que a “pista 2” estava livre para o pouso. Nas redes sociais, o piloto deu mais esclarecimentos sobre o ocorrido: “Evitem julgamentos, o avião apresentou falha no motor (não foi a porta mal fechada). Tentei ao máximo evitar lugares habitados, pois vi que não conseguiria voltar ao aeroporto. Tão logo eu tenha condições, irei das as explicações cabíveis”, destacou o advogado.
Arcedino disse que, logo após decolar, percebeu que uma das duas travas da porta do avião não estava bem ajustada e por isso decidiu retornar ao aeroporto. Para isso, tentou ganhar mais altitude, mas então percebeu que o avião não tinha força para subir. Depois, começou a perder potência, o que o levou à decisão de fazer um pouso de emergência.
Na postagem, Arcedino Concesso afirmou que ele e mulher passaram por cirurgias de urgência por terem sofrido fraturas na coluna com a queda.
“Transcorreu tudo bem. Já estamos em repouso e observação. Tão logo recebermos alta, aviso vocês. Continuem orando”, disse o piloto, que também compartilhou um post da irmã, em que se lê um texto sobre o acidente intitulado “Herói salvou a própria família”.
Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) afirmou que um órgão regional vai apurar as causas do acidente. Investigadores do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA II), localizado em Recife, em Pernambuco, foram acionados para realizar a chamada “ação inicial da ocorrência”.
O procedimento envolve o uso de técnicas específicas para coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave (ou pela aeronave), entre outras ações que os técnicos considerarem necessárias ao processo de investigação. O objetivo do Cenipa é prevenir que novos acidentes semelhantes ocorram.
“A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”, disse o Cenipa, em nota.
“Nova chance”
O casal usou as redes sociais para atualizar amigos e parentes sobre o estado de saúde. As filhas do casal, de 16 e 5 anos, não tiveram ferimentos graves e já receberam alta. No Instagram, Juliana Plácio destacou que sobreviver ao acidente foi um “livramento”.
“12.06.23 sempre será marcado na nossa vida e de nossas famílias pelo milagre que Deus operou em nossas vidas. Gratidão a Deus pelo livramento e por nos dar uma nova chance de viver!”, destacou Juliana, na publicação.
Juliana aproveitou para deixar uma lição de vida que aprendeu com o acidente.
“Deixo um recado final: aproveite a vida com sabedoria, curta sua família com amor e respeito, a qualquer momento tudo pode mudar, faça de tudo para ser uma pessoa melhor a cada dia, só temos o momento presente e o futuro só a Deus pertence”, destacou ela.
A aeronave monomotor, de prefixo PT-RHJ e modelo EMB-711ST, caiu em um campo de futebol conhecido como Bariri, localizado entre a Avenida Pernambuco e a Rua Dr Arêa Leão, no bairro Vila Operária, zona norte de Teresina, na manhã de segunda-feira (12-06). A família, natural da cidade de Fortaleza, no Ceará, tinha como destino a cidade de Araguaína, no estado de Tocantins.
As equipes do Corpo de bombeiros Militar do Piauí foram acionadas pouco depois de meio-dia e meia de segunda-feira. No local, constataram que as vítimas estavam todas com vida e conscientes, mas com escoriações pelo corpo e dores lombares. Os ocupantes da aeronave afirmaram que pousaram no aeroporto Petrônio Portela, em Teresina, para abastecer. Mas, após a decolagem, o monomotor apresentou problemas e perdeu altitude, o que resultou na necessidade de um pouso forçado no campo de futebol.