A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (14), a segunda fase da Operação Galézia. A ação visa apurar a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva praticada em conluio por um despachante veicular na cidade de Novo Hamburgo com um vistoriador veicular do CRVA (Centro de Registro de Veículos Automotores) de São Leopoldo, no Vale do Sinos.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em São Leopoldo e Novo Hamburgo, além da prisão preventiva dos dois indivíduos em Esteio e Novo Hamburgo.
São alvos das ordens judiciais ainda as residências dos investigados, bem como o Centro de Registro de Veículos Automotores de São Leopoldo. Foram apreendidas duas armas e cerca de R$10 mil em dinheiro
Segundo o Delegado Augusto Zenon de Moura Rocha, a investigação iniciou por uma denúncia encaminhada pela Corregedoria do Detran acerca de uma vítima residente no Paraná que adquiriu um automóvel Hilux oriundo do Rio Grande do Sul. Ao dar entrada no processo de transferência, foi orientado pelo Detran daquele estado que, devido a problemas no documento de origem, a regularização deveria ser feita no Detran gaúcho.
Com o intuito de realizar a correção, o homem enviou uma vistoria lacrada ao antigo proprietário, residente na cidade de Novo Hamburgo, que procurou o CRVA do município, mas não conseguiu realizar o procedimento.
Ele procurou, então, o despachante atuante no Novo Hamburgo, que repassou o orçamento para a realização de seu serviço e um adicional de valores que seriam repassados a algum funcionário de CRVA para obtenção da regularização veicular.
Após o cumprimento de mandados de busca e operação na casa e escritório do despachante na primeira fase da Operação, foram encontradas no aparelho de telefone celular apreendido mensagens de áudio e texto trocadas entre o despachante com o vistoriador do CRVA de São Leopoldo, não só confirmando a denúncia da ouvidoria, com também envolvendo novas e diversos acertos com o vistoriador acerca de trocas de valores por serviços com outros clientes.
Aprofundadas as investigações, foram identificados outros diálogos apontando irregularidades e ilicitudes, com solicitação de valores entre o despachante e o vistoriador acerca de diversos veículos.
No decorrer da conversa constam, inclusive, PIX efetuados pelo despachante a contas bancárias de familiares do vistoriador. Há ainda um diálogo referindo haver conta bancária conjunta da dupla, oriunda das práticas ilícitas, para o fornecimento de empréstimo de dinheiro a juros para outrem.
Os diálogos transcritos na investigação apontam também que pode haver o envolvimento pontual de algum outro funcionário do CRVA no esquema de corrupção.