Mais que um rastro de destruição em meio a temporais e alagamentos nas mais diferentes regiões do Rio Grande do Sul na madrugada dessa sexta-feira (16), a passagem de um ciclone extratropical deixou ao menos quatro mortos. Dentre eles está Nicolas Willian do Prado Carlos, 27 anos, eletrocutado em uma rua do bairro Campina, em São Leopoldo (Vale do Sinos) – o corpo estava sem documentos.
O outro caso fatal, na mesma cidade, envolve Thiago Hendges de Oliveira, 23 anos. Ele foi encontrado sem vida horas após tentar cruzar de automóvel uma ponte que cedeu ao transbordo de um arroio no bairro Rio Branco, arrastando tudo.
A terceira vítima, por sua vez, faleceu em Maquiné (Litoral Norte). Trata-se de um idoso de 69 anos e cujo óbito se deu sob circunstância ainda não detalhada. E no início da noite, o governo gaúcho acrescentou informação sobre o quarto caso fatal, em Novo Hamburgo (Vale do Sinos) e envolvendo mais um idoso, de 60 anos.
Litoral Norte concentra desaparecidos
Já o número de desaparecidos se mantinha em nove até o fim da noite, todos também no Litoral Norte. Conforme a Defesa Civil estatual, cerca de mil pessoas precisaram de serviços de resgate. Quase 500 mil imóveis ficaram sem energia, sendo que em muitos casas o fornecimento não havia sido restabelecido nas primeiras horas deste sábado (17). A situação caótica e riscos variados motivaram dezenas de cidades a cancelar aulas e outras atividades.
A estatística inclui ao menos dez famílias da periferia de Sapucaia do Sul (Região Metropolitana de Porto Alegre). Elas estavam ilhadas em suas casas, com o nível da água acima da cintura ou do peito e foram conduzidas pela Brigada Militar (BM) até residências de parentes.
Prejuízos ainda são contabilizados
Esse tipo de situação se repetiu nas mais diferentes áreas do Estado. “Em absolutamente todos os municípios ainda estão sendo levantadas informações sobre pessoas afetadas, desabrigados, desalojados e danos materiais”, frisou a Defesa Civil gaúcha. “Alertamos a população residente nas proximidades dos rios Sinos, Caí, Gravataí e Guaíba, devido ao risco de cheias.”
E o órgão antevê que o quadro geral pode ser ainda mais severo. Isso porque diversas cidades (sobretudo no Litoral Norte, Serra e Região Metropolitana enfrentam problemas ainda em processo de contabilização, tendo em vista que as equipes permanecem no atendimento prioritário de grupos populacionais em situação de risco.
(Marcello Campos)