O Rio Grande do Sul já contabiliza ao menos 14 mortes causadas pela passagem de um ciclone extratropical pelo Estado na quinta e sexta-feira passadas (15 e 16 de junho). A estatística foi atualizada pela Defesa Civil gaúcha na tarde desta segunda-feira (19), quando uma pessoa permanecia desaparecida em Caraá (Litoral Norte).
São quatro casos fatais em Caraá e três em Maquiné (também no Litoral Norte), mais dois em São Leopoldo (Vale do Sinos), ao passo que as seguintes cidades sofreram uma perda humana cada: Novo Hamburgo (Vale do Sinos) Gravataí, Esteio (as duas na Região Metropolitana de Porto Alegre), Bom Princípio (Vale do Taquari) e São Sebastião do Caí (Vale do Caí).
Estima-se que mais de 2 milhões de gaúchos tenham sido afetados de alguma forma pelos temporais e seus desdobramentos. Por volta das 16h desta segunda-feira, cerca de 3,2 mil pessoas permaneciam em abrigos públicos, por estarem desabrigadas. Outras 4,3 mil estavam desalojadas, ou seja, retiradas de suas residências e hospedadas em casas de terceiro.
Destinação de recursos
O governador Eduardo Leite anunciou o repasse de R$ 1,1 milhão para cinco municípios atingidos: Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné, Morrinhos do Sul e Três Forquilhas. A verba tem por objetivo bancar ações para minimizar os impactos dos temporais.
– Dom Pedro de Alcântara: R$ 232.900.
– Itati: R$ 215.897.
– Maquiné: R$ 256.000.
– Morrinhos do Sul: R$ 232.900.
– Três Forquilhas: R$ 218.900.
Atendimento psicossocial
Desde o domingo (18), uma equipe de profissionais da Secretaria Estadual da Saúde (SES) realiza visitas a Caraá, um dos municípios mais afetados. Além de prestar apoio psicossocial às comunidades, profissionais trabalham para reestruturar a Unidade de Saúde Rio dos Sinos, destruída pela água que invadiu o local.
O município conta com uma psicóloga que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para reforçar esse serviço, a foi montado um espaço de acolhimento no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Sentinela dos Sinos, que centraliza as doações e se tornou ponto de encontro e informação.
Também estão sendo feitas ações itinerantes pelos profissionais da área de saúde mental junto aos habitantes. Ao longo da semana, as equipes atuarão em sistema de revezamento.
“É impactante a devastação no município, com pontes e casas destruídas, muita água pelas estradas, árvores caídas e animais soltos”, relata a diretora adjunta do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SES, Marilise Fraga. “A população está mobilizada, agitada e, de certa forma, desorientada. Percebemos que os gestores também estão exaustos e abalados emocionalmente.”
(Marcello Campos)