Com início nesta quarta-feira (21) e encerramento “oficial” em 23 de setembro, o inverno de 2023 deve apresentar no Rio Grande do Sul temperaturas mais elevadas em relação à média histórica do Estado. Mas o ingresso de frentes de origem polar deve causar períodos de maior frio, com eventuais episódios de geada e nevoeiro – sem contar que o fenômeno El Niño tende a favorecer a ocorrência de chuvas regulares.
“As projeções climáticas indicam maior frequência e distribuição regular da precipitações, com volumes superiores à média em todo mapa gaúcho”, avalia o meteorologista Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Ele acrescenta que essa condição mantém elevada a possibilidade de eventos severos, associados a queda de granizo, rajadas intensas e altos volumes acumulados. Esse quadro pode acarretar episódios de cheias e enchentes, bem como destelhamentos e deslizamentos em áreas de encosta.
Com chuvas abundantes nos próximos meses, o El Niño é motivo de especial preocupação para setores como a agricultura. Dente os motivos está o risco de prejuízo ao desenvolvimento da safra de inverno, especialmente no fim do ciclo e durante a colheita. “Além disso, possivelmente haverá atraso no início da safra de verão”, acrescenta o órgão estadual.
A última vez em que o Estado foi cenário de um quadro intenso como o agora projetado foi em 2015-2016, com danos e prejuízos por inundações. O trimestre setembro-outubro-novembro de 2015 foi classificado como extremamente úmido em diversas regiões, ao passo que dezembro a fevereiro do ano seguinte foram marcados por normalidade na maioria das áreas e umidade extrema no Noroeste gaúcho.
Mínimas e máximas
O boletim da Seapi também mostra que as temperaturas máximas devem ficar próximas ou ligeiramente acima da média até o fim deste mês e inferiores à normalidade nos meses de julho e agosto. Já as mínimas apresentarão valores acima do padrão climatológico de junho-julho e inferiores à média na maioria das regiões em agosto.
– Junho (reta final): máximas próximo da média na Metade-Leste e valores acima do normal nas demais regiões. Mínimas acima da média normal em todas as regiões.
– Julho: máximas com valores abaixo da média na maioria das regiões e próximos da normalidade nos setores Sul e Leste. Mínimas próximas da normalidade no Oeste e Norte e acima da média histórica nas outras áreas.
– Agosto: máximas abaixo da média na maioria das regiões e próximos da normalidade na faixa Leste. Mínimas abaixo da média histórica nos setores Oeste e Norte, com valores próximos ou ligeiramente acima da normalidade no restante do mapa.
Chuvas
– Junho (reta final): chuva acima da média na maioria dos municípios, com valores próximos da normalidade nos setores Norte e Nordeste.
– Julho: Previsão de chuva acima da normalidade em todas as regiões.
– Agosto: Chuva acima da média em todo Estado.
(Marcello Campos)