O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, afirmou que a demora na aprovação do Marco Fiscal, a manutenção de resultados positivos no mercado de trabalho e as incertezas quanto às metas de inflação a serem definidas na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional são elementos que fazem o Banco Central manter a cautela, segurando a taxa de juros em 13,75% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (21).
“Nesse contexto, esperamos que os riscos sejam dissipados o quanto antes, para que o Banco Central tenha um cenário mais claro para iniciar o ciclo de cortes na Selic, trazendo um alívio às atividades produtivas já muito penalizadas”, afirma.
A surpresa positiva na inflação, a valorização do Real, a perspectiva de redução mais forte nos preços das commodities e a melhora do ambiente de negócios brasileiro fizeram as expectativas de inflação declinarem desde a última reunião do Copom, em 3 de maio.
Mesmo assim, foram insuficientes para provocar a redução da Selic, por causa do aumento de gastos públicos, da resiliência quanto aos números do mercado de trabalho – ao se manter positivo nos últimos meses, pode ser um indicador a pressionar a inflação, e das incertezas sobre o novo Marco Fiscal, que são fatores a exigir cautela e que podem justificar a decisão do Copom.