24/06/2023 às 23h02min - Atualizada em 25/06/2023 às 06h02min

O ex-presidente Bolsonaro voltou a indicar que a expectativa em relação ao julgamento no Tribunal Superior Eleitoral não é boa

O ex-presidente Bolsonaro voltou a indicar que a expectativa em relação ao julgamento no Tribunal Superior Eleitoral não é boa - Jornal O Sul

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O PL se mobilizou em apoio a Jair Bolsonaro, que corre o risco de ficar inelegível pelos próximos oito anos. Apesar de, reservadamente, a maior parte dos aliados do ex-presidente já vê-lo mais como futuro forte cabo eleitoral do que um player nas urnas, a legenda programou uma série de reuniões com bancadas estaduais e federais para fortalecer a união interna em torno de Bolsonaro.

O ex-presidente voltou a indicar que a expectativa em relação ao julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não é boa. Ele disse que acredita na possibilidade de o ministro Raul Araújo Filho pedir vista no processo em que é acusado de abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação durante a pré-campanha das eleições de 2022 – em reunião convocada com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado.

Valdemar destacou a importância do fortalecimento interno visando à possibilidade de uma vitória eleitoral em 2026. Segundo ele, todas as decisões do partido estão sendo tomadas em conjunto com Bolsonaro, que – no discurso oficial – se mantém como candidato da legenda na próxima eleição presidencial. O TSE, entretanto, pode deixar o ex-presidente inelegível até 2030.

Capital político

Para analistas da cena política, a estratégia já projeta o papel de Bolsonaro em caso de impossibilidade de concorrer. “Ele ainda preserva um capital político, esse capital não vai ser dispensado pelos partidos, que vão querer se utilizar da imagem dele nas eleições”, observou o cientista político Ricardo Ismael, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).

“Não vamos admitir injustiças contra o nosso capitão. Não acredito que um presidente da República fique inelegível pelo que ele falou. Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Bolsonaro vai seguir firme e tenho convicção de que será o nosso candidato”, disse Valdemar no vídeo, insistindo no fortalecimento da legenda para as disputas futuras.

“Nós elegemos 99 deputados federais e, por mais que cada um seja único na sua história, todos nós temos um objetivo em comum, que é reeleger Bolsonaro e fazer valer os valores da direita, pois são esses os objetivos que nos unem. E para que a gente possa ganhar as eleições em 2026, nós precisamos internamente fortalecer o partido.”

A ação da qual Bolsonaro é alvo foi movida pelo PDT e tem como base uma reunião convocada pelo então presidente com embaixadores, no ano passado. Na ocasião, o então presidente, sem apresentar provas, colocou em dúvida a lisura do sistema eleitoral e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal e do TSE.

Apego à lei

A gravação de Valdemar foi dirigida principalmente ao público bolsonarista. O próprio ex-presidente, no entanto, ao avaliar a possibilidade de condenação pela Corte Eleitoral, já disse que “os indicativos não são bons” e que é “quase unanimidade” que ele será derrotado na ação. O TSE retomará os trabalhos na próxima terça-feira. A sessão terá início com o voto do relator, Benedito Gonçalves. Depois vota o ministro Raul Araújo Filho.

“O primeiro ministro a votar depois do relator, o ministro Benedito, é o ministro Raul. Ele é conhecido por ser um jurista com bastante apego à lei. Apesar de estar em um tribunal político eleitoral, há uma possibilidade de ele pedir vista. Isso é bom porque ajuda a gente a ir clareando os fatos”, afirmou o ex-presidente.

No início do ano passado, Araújo acolheu um pedido do PL e proibiu manifestações políticas no festival de música Lollapalooza. Decisão considerada por especialistas em Direito Eleitoral ouvidos à época como contrária à jurisprudência da Corte.

Após Araújo votarão na ação do TSE os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e os integrantes do Supremo que integram a Corte Eleitoral: Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Maior visibilidade

Na iminência da decisão do TSE, o ex-presidente passou a dar mais entrevistas e a participar de atos de desagravo. Ele já insinuou, sem apresentar provas, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ligação com uma facção criminosa. A intenção era rebater as acusações das quais é alvo na Justiça Eleitoral.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu e pediu que Bolsonaro mantenha a “serenidade” e a “decência possível”. A decisão do TSE pode tirar o ex-presidente das próximas disputas, mas, ao que tudo indica, não vai melhorar de imediato o ambiente polarizado da política nacional.



Fonte: https://www.osul.com.br/o-ex-presidente-bolsonaro-voltou-a-indicar-que-a-expectativa-em-relacao-ao-julgamento-no-tribunal-superior-eleitoral-nao-e-boa/

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