O ex-presidente Jair Bolsonaro disse pouco que “enxertaram” outras acusações no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixá-lo inelegível por oito anos para “pode dar alguma credibilidade e materialidade à ação”. “Não tem credibilidade nenhuma”, afirmou.
Bolsonaro comparou o processo que é movido contra ele pelo PDT com a ação da chapa Dilma-Temer há cinco anos. “Lá, tentaram enxertar outras acusações. O TSE tirou fora. Agora, tentam fazer a mesma coisa comigo”, disse.
A minuta golpista encontrada em janeiro na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres se tornou central no julgamento no TSE. Na sessão de quinta-feira, 22, o debate entre os advogados do PDT, autor da ação, e do ex-presidente girou em torno da inclusão do documento como prova no julgamento.
Ele pediu que o TSE não permita que acusações não relacionadas à reunião com embaixadores componham a ação judicial. “Não tem materialidade nenhuma”, disse. “Espero pelo TSE me julgue de acordo com o que aconteceu em 2017, e não podemos ter outro resultado a não ser o arquivamento desta ação”, afirmou.
Reunião
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que as “possíveis críticas e observações” ao sistema eleitoral feitas por ele em reunião com embaixadores estrangeiros não foram ataques, mas uma resposta ao ministro Edson Fachin. Bolsonaro disse que convidou os embaixadores para um encontro em julho de 2022 porque Fachin, então ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também havia se reunido com 65 diplomatas estrangeiros para falar sobre eleições e o sistema eleitoral.
“Qual é o problema convidar e conversar com embaixadores? Nenhum problema”, declarou. “Eu não fiz isso naquele prazo de 45 dias, onde você está no período eleitoral. Outra coisa, embaixador não vota. Não foi pedido de voto pra ninguém. Eu expus como funcionam as urnas no Brasil, como funciona a Justiça Eleitoral e falei sobre um inquérito que não tinha e não tem o caráter sigiloso”, destacou Bolsonaro.
O TSE iniciou na última quinta-feira (22), o julgamento que pode definir o futuro político do ex-presidente. O processo é movido pelo PDT e alega suposto abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação oficiais durante o período pré-eleitoral de 2022.
“A política externa é de competência privativa do presidente da República”, afirmou Bolsonaro, ao justificar o convite para a reunião. “Convidei embaixadores para falar sobre sistema eleitoral brasileiro e teci comentários sobre inquérito de novembro de 2018, que começou e não foi concluído, sobre possíveis fraudes nas eleições de 2018”, afirmou.