O Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS) recebeu de volta em seu acervo documentos fundamentais para o estudo da colonização no Estado no período de 1857 a 1863. Intitulado “Códice C-234”, o material foi submetido a um meticuloso processo de restauração, bancado com R$ 18 mil oriundos do programa “Avançar na Cultura”.
A escolha do conjunto para recuperação – a cargo da profissional Vera Zugno – foi motivada pela relevância dos registros no contexto das imigrações oriundas da Europa no século de 1800 e que resultaram no povoamento da Região Sul do Brasil, bem como à constante procura por interessados em informações genealógicas.
Devido a essa grande demanda e frequente manuseio, os papeis haviam sido danificados ao longo dos últimos anos. Vera relata que define o estado de conservação, antes do restauro, como “precário e fragilizado, com perdas significativas no suporte”. Isso inclui rasgos, folhas soltas, marcas de umidade, sujeira, oleosidade e acidificação, dentre outros problemas.
A diretora do AHRS, Ananda Simões Fernandes, recebeu com entusiasmo o documento, semelhante a um grande livro e que faz parte do chamado “Fundo Imigração, Terras e Colonização”, com registros de colonos europeus que chegaram ao Sul do Brasil e de seus respectivos destinos durante a segunda metade do século de 1800.
Ela salienta: “Agora o item está restaurado e apto para ser mantido e protegido por mais décadas pelo Arquivo Histórico, cujo objetivo é justamente o de preservar a História e a memória do Rio Grande do Sul”.
Instituição
Criado pela Lei 2.345, de 29 de janeiro de 1954, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul é vinculado à Secretaria Estadual da Cultura (Sedac) e funciona no antigo prédio dos Correios e Telégrafos, na Praça da Alfândega (Centro Histórico). Sua função primordial é a guarda e a conservação de documentos de origem particular ou pública –sobretudo do Poder Executivo.
O acervo da instituição abrange mais de 10 milhões de documentos, volume que representa um dos maiores conjuntos documentais relativos ao Estado. Além disso, o AHRS realiza exposições com o material sob sua guarda. O acesso acervo é público, gratuito e sem restrições.
(Marcello Campos)