O Apers (Arquivo Público do Rio Grande do Sul), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, apresenta, na quinta-feira (29), o Arquivo LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, Não-binárias): Levantando documentos para outras histórias.
Composto pela seleção de 161 processos-crime instaurados entre 1942 e 1964 em Porto Alegre e em cidades gaúchas de pequeno e médio porte, o catálogo busca preservar a história da comunidade LGBTQIAPN+.
O responsável pelo catálogo é o historiador do Apers Rodrigo de Azevedo Weimer, que levou seis anos para concluí-lo, incluindo uma etapa realizada durante a pandemia. O corte cronológico do estudo começa com a vigência do código penal, em 1941, e finaliza com o golpe civil-militar de 1964.
“A maior parte da historiografia sobre LGBTQIAPN+ se concentra em períodos mais contemporâneos, para os quais existem mais fontes documentais disponíveis. Por essa razão foi feita a opção de disponibilizar processos de um período um pouco anterior”, explica Weimer.
Para o historiador, o lançamento do catálogo possibilita a expansão do campo de estudos sobre a comunidade LGBTQIAPN+, além de ajudá-la a se apropriar da própria história.
“Reconstituir os vínculos de uma ancestralidade sócio-histórica é muito importante para a luta dos movimentos sociais por direitos de cidadania. Pelo que sabemos, esta é uma iniciativa única e pioneira entre os arquivos públicos brasileiros”, ressalta o historiador.