O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou, nessa terça-feira (27), das “comidas de palácios” oferecidas às autoridades e chefes de Estado em reuniões diplomáticas. Em tom bem humorado na live semanal, o presidente afirmou que não costuma comer bem em viagens internacionais e que “tem brigado” com o Itamaraty para melhorar cardápio servido aos convidados. Nos seis primeiros meses de 2023, o Ministério das Relações Exteriores já gastou R$ 4,4 milhões com alimentação em eventos oficiais.
O petista disse ainda que não troca “um prato de feijão com arroz, bife e dois ovos fritos”. “Eu posso viajar o mundo inteiro. Comer no mundo inteiro. Se eu chegar em casa e tiver um pouquinho de feijão com arroz, um bife e dois ovos fritos, para mim, é o melhor prato do mundo”, afirmou o presidente, que retornou de uma viagem à Itália e à França nesta semana.
“Em palácio, você não come bem em lugar nenhum do mundo. Eu não vou a restaurantes. A minha comida é de hotel, e a comida de hotel também não é boa. Não é das melhores. Eu não tenho liberdade de ir a restaurantes e ficar escolhendo o que eu vou comer. Ou eu como em hotel, ou como onde sou convidado.”
Durante a live “Conversa com o Presidente”, conduzida pelo jornalista Marcos Uchôa, da TV Brasil, Lula disse ainda que “tem brigado com o Itamaraty”. O presidente ainda reclamou da pouca quantidade de comida nos encontros: “Pode ser guloseima da minha parte, mas eu gosto de quantidade”.
“Eu tenho brigado com o Itamaraty para melhorar a comida. A comida não está boa”, afirmou em tom bem humorado.
A comida oferecida pelo Itamaraty durante eventos oficiais é feita pela empresa Open House & Crystal Palace, com sede no Rio de Janeiro. Só neste ano, a companhia já ganhou R$ 4,434 milhões do Ministério das Relações Exteriores – desse total, R$ 2,901 milhões se referem à cerimônia de posse do presidente Lula, em 1º de janeiro. Além de alimentação e bebidas, o contrato prevê o fornecimento de cadeiras, equipamentos e itens de decoração.
Ajustes
O dono da Open House & Crystal Palace, Roberto Pereira Hirth, afirmou não ter se chateado com a declaração do presidente. Ele explicou estar sempre pronto para atender aos desejos e às decisões do governo federal.
“Isso vai ser adequado sempre aos desejos do cerimonial do Itamaraty, que coordena os eventos. É normal, no início de governo, que haja ajustes e acertos a serem feitos”, disse. “A gente já atendeu no governo anterior. É uma coisa de banquetes, que é importante ter uma qualidade. E o tipo de serviço pode ser adequado”, disse Roberto Hirth.
A queixa presidencial ocorreu um dia após encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em um almoço no Palácio Itamaraty. O petista retornou de viagem no fim de semana após encontros com o presidente da França, Emmanuel Macron, e da Itália, Sergio Mattarella.