Horas antes do início da sessão dessa quinta-feira (29) do julgamento da ação que pode o tornar inelegível, Jair Bolsonaro (PL) compareceu a um evento em Brasília na noite de quarta (28). O ex-presidente esteve na celebração de aniversário da ex-apresentadora da Jovem Pan e atual filiada do PL, Zoe Martinez.
Na ocasião, ex-presidente esteve ao lado de políticos da sigla como o senador Jorge Seif (SC), os deputados federais Bia Kicis (DF), Nikolas Ferreira (MG) e Eduardo Bolsonaro (SP) a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Nas redes sociais, Zoe disse que Michelle trouxe o seu “melhor presente” e afirmou que a ex-primeira-dama teria o “arrastado” para a festa.
“Consegui trazer Jair na festa de aniversário porque ele não é da noite”, brinca a ex-primeira-dama.
Em seguida, a ex-apresentadora questiona o real motivo dele ter comparecido ao evento:
“Eu vim pra te ver”, diz Bolsonaro, aos risos.
Na manhã dessa quinta, o ex-presidente embarcou para o Rio de Janeiro, de onde acompanhará o julgamento. Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ter atacado o sistema eleitoral em reunião com embaixadores em julho do ano passado.
Zoe Martinez deixou a Jovem Pan ainda no ano passado e foi convidada para se filiar ao partido pela própria ex-primeira-dama que, no dia que assumiu a presidência do PL Mulher, afirmou que ela deveria entrar para a política:
“Olha Zoe, eu acho que você já pode se filiar e vir como candidata”, disse Michelle em sua posse.
Sessão
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continuou na manhã dessa quinta o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o placar de 3 a1 pela inelegibilidade de Bolsonaro por oito anos, a sessão foi suspensa e será retomada nesta sexta (30), às 12h.
A sessão foi iniciada com o voto do ministro Raul Araújo. Ele inaugurou uma divergência e votou pela rejeição das acusações contra Bolsonaro.
Em seguida, votaram os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, pela condenação do ex-presidente. Na última terça (27), o relator, ministro Benedito Gonçalves, já havia votado por condenar Bolsonaro, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Com relação às acusações contra o vice da chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto, todos os quatro ministros votaram pela rejeição da denúncia. Dessa forma, já há maioria para absolvê-lo.
Faltam os votos da ministra Cármen Lúcia, e dos ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente do tribunal.