Quase metade dos gaúchos (43%) afirma que saberia se seus dados fossem acessados sem autorização. Os dados são da segunda edição da pesquisa IS4all – Segurança da Informação para todos, realizada pela empresa de serviços de TI (Tecnologia da Informação), Netfive. O que poderia apontar um aumento do conhecimento em relação à proteção de dados, porém, não se confirma, na prática.
Isso porque, o fator humano ainda é o maior facilitador de ataques e invasões no ambiente digital. O relatório The Global Risks Report 2022, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, indica, por exemplo, que 95% dos problemas envolvendo a segurança cibernética, têm relação com comportamentos humanos.
“Diante desse dado que afirma que são justamente as pessoas que servem de porta de entrada para os criminosos, a questão a ser levantada é: será que se os usuários realmente percebessem um possível acesso aos seus dados, o número de ataques por fator humano não seria bem menor? O que me parece, é que há uma falsa sensação de segurança e, principalmente, um desconhecimento dos perigos no ambiente digital”, pontua Henrique Schneider, CEO da Netfive.
Outro ponto a ser considerado é que como as ações dos cibercriminosos costumam ser discretas no início, crimes como o sequestro de dados acabam passando despercebidos, até que um resgate das informações seja pedido, algum golpe aplicado ou os dados vazados. Conforme o Cost of a Data Breach Report 2022, estudo realizado pela IBM, o tempo médio para identificar que um ambiente foi violado é 207 dias. O que significa que quando a invasão chega a ser percebida, o invasor já conseguiu ter acesso ao ambiente.
“Perceber a ação dos criminosos na web não é tão fácil assim. Num roubo à residência, dificilmente os ladrões não serão flagrados pelos próprios moradores ou pelo circuito de segurança. Já quando falamos do ambiente digital, os cibercriminosos dão os primeiros passos de forma silenciosa e se movimentam discretamente até conseguirem os dados que lhes interessam”, explica o CEO da Netfive.
Investimentos em prevenção
Para o especialista, o melhor caminho para manter suas informações ou as de sua empresa seguras é a prevenção, principalmente por meio da conscientização. Ou, no caso das organizações, são os investimentos em segurança da informação, com a contratação de soluções para a proteção de dados e da promoção de treinamentos para os colaboradores.
“A boa notícia é que as pessoas estão dispostas a aprender sobre proteção de dados. Nossa pesquisa mostrou que a maioria delas, mais precisamente 94%, gostaria de receber mais informações sobre segurança da informação em sua organização. Isso é uma ótima oportunidade para as empresas treinarem seus funcionários, como forma de levar conhecimento a eles e reduzir o risco de erros humanos que possam prejudicar o negócio”, reforça Schneider.
O IS4all foi produzido a partir das respostas de colaboradores de mais de 30 empresas do Rio Grande do Sul, com uma amostra de 32 mil participantes que responderam um questionário anônimo, com perguntas relacionadas à proteção de dados e à segurança da informação.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul