Um documento assinado nesta quarta-feira (16) pelo governador Eduardo Leite e a titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Arita Bergmann, prevê a destinação de R$ 30 milhões do programa “Avançar” para hospitais de pequeno porte. A verba poderá contemplar 125 instituições de até 50 leitos e com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No foco da iniciativa estão obras de recuperação, reforma e ampliação de espaços, bem como a compra de equipamentos. Unidades interessadas em receber o repasse devem apresentar projeto ou proposta em um prazo de 30 dias.
Serão priorizados projetos relativos a estabelecimentos que necessitem se adequar à legislação para obter alvará sanitário. Também serão valorizadas iniciativas para ampliar o acesso a usuários do SUS em especialidades e locais com demanda reprimida. Na lista estão, ainda, critérios como características epidemiológicas, vazios assistenciais, aspectos geográficos e populacionais das regiões.
Atualmente, duas de cada três cidades gaúchas têm menos de 10 mil habitantes. Muitas possuem serviços de saúde para o seu território e microrregião. As unidades de pequeno porte se caracterizam pela oferta de atendimentos de urgência, internações clínicas e cirúrgicas, exames de diagnóstico, tratamento e reabilitação de usuários em regime 24 horas.
Igualmente servem como retaguarda dos atendimentos de média complexidade para os hospitais de médio e grande porte. Esse aspecto confere papel fundamental no suporte da referência e contrarreferência aos demais níveis de complexidade da rede do SUS.
Com a palavra…
Durante a cerimônia de assinatura da portaria relativa ao tema, Eduardo Leite ressaltou a importância dos hospitais de pequeno porte: “Necessitamos de grandes hospitais regionais para atender a demandas de alta complexidade, especialmente caras e difíceis. Não se trata apenas de equipamentos, mas também de profissionais da saúde. É preciso potencializar regionalmente, mas também fazer isso microrregionalmente, então o Estado precisa dessa complementaridade, como um primeiro suporte de ajuda e referência em determinados serviços”.
Arita Bergmann corroborou: “Queremos somar com a assistência social, educação e outras pastas de governo, para cuidar das pessoas na área da saúde, de maneira próxima, no local onde residem. Os hospitais de pequeno porte têm importância fundamental ao desafogar as grandes estruturas. Muitas instituições têm boas equipes mas estão fechadas como hospital, por não conseguirem atender aos requisitos”.
Ainda de acordo com a secretária, está prevista para o ano que vem a liberação de outros R$ 30 milhões para os hospitais de pequeno porte realizarem obras e adquirirem equipamentos. Caso a medida seja efetivada, o investimento será de R$ 60 milhões em dois anos.
Representante dos administradores dos hospitais de pequeno porte, o prefeito de Morro Redondo, Rui Brizzolara, destacou que reabilitar essas instituições poderá melhorar o atendimento à população local, descentralizar os cuidados da rede SUS e desafogar as instituições de outros municípios:
“Um hospital de pequeno porte é fundamental para que as pessoas tenham atendimento em seus municípios ou na própria região. Muitas que estão hoje em um pronto-atendimento de grande hospital, recebendo soro e medicamento, poderiam estar em instituição de pequeno porte, com maior conforto e abrindo espaço a outro paciente”.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul