24/08/2023 às 14h53min - Atualizada em 25/08/2023 às 00h43min

Um dos espaços mais tradicionais da Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar desperta a curiosidade dos visitantes

Um dos espaços mais tradicionais da Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar desperta a curiosidade dos visitantes - Jornal O Sul

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Um dos espaços mais tradicionais da Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar desperta a curiosidade entre os visitantes, característica que tem tudo para se repetir na 46ª edição da feira, que começa neste sábado (26) no Parque de Esteio. A oferta de produtos é vasta e vai desde salames e queijos até receitas menos comuns e que também contam a história do meio rural gaúcho.

Na lista estão jeropiga, quentão, bolo de frutas de Pelotas, chimia de morango com pedaços, camarão rosa, bolinhos e empanados de peixe ou carne de siri e a rosca de coalhada. Também será possível encontrar azeite de nozes, embutidos produzidos com carne suína da raça moura, alho negro com mel e geleia de morango com espumante. A lista é imensa.

Responsável por produzir uma bebida carregada de história e com sabor diferenciado, a agroindústria Costa Dias leva para o evento a jeropiga. O proprietário Hermes Dias explica que a forma de produzir a bebida é similar à de um vinho, mas com processo de fermentação diferente:

“Quando chega a um pequeno período de fermentação, o processo é interrompido com a transferência do líquido para barris com álcool de cereais. O produto se torna então licoroso, parecido com o vinho do Porto, inclusive na graduação etílica, que pode chegar a 17%”.

Ele ressalta, ainda, que a tradição que envolve o a bebida, trazida pelos colonizadores lusitanos: “Portugal é o berço da jeropiga, também produzida de forma artesanal. Apenas mantivemos essa tradição familiar e, recentemente, registramos a agroindústria”, relata o produtor, que faz parte da sexta geração da família a se manter na atividade.

Simplicidade

A rosca de coalhada é outro produto que resgata as origens e as tradições do meio rural gaúcho. Produzida pela agroindústria Sabor da Mata, de Bom Jesus, sua origem remonta ao tempo das tropeadas. Com a palavra, o proprietário Valdevino Alano:

“Era algo muito utilizado pelos tropeiros, por ser um alimento prático, rápido de fazer e que durava até cinco dias em uma mala de garupa. Queremos manter viva essa cultura que lembra os trabalhadores e as lidas do campo”. Alano conta que aprendeu a receita com a avó e a mãe:

“O alimento era substancial nos dias de trabalho duro. A gente era pequeno e saía para camperear levando a rosca de coalhada para passar aqueles dias de serviço. Era nossa merenda, nosso lanche”. Ainda segundo ele, os ingredientes (basicamente coalhada, polvilho e queijo serrano) são o diferencial, além da praticidade: “É só tirar da embalagem, colocar no forno e pronto”.

O modo tradicional de preparar o produto também é usual na agroindústria Geleias Ivani, de Bento Gonçalves. Segundo a proprietária, Ivani Sonaglio, as frutas são classificadas a mão, respeitando-se a sazonalidade de cada uma. O empreendimento, com produtos mais de 50 estabelecimentos de dez municípios, é o responsável pela produção da geleia de morango com espumante.

Além dos produtos, os visitantes poderão apreciar na praça de alimentação os produtos das sete cozinhas de entidades organizadoras do Pavilhão da Agricultura Familiar. Todas elas estarão comercializando produtos da agroindústria familiar – também estarão presentes 75 empreendedores dos segmentos de artesanato, plantas e flores.

(Marcello Campos)


Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul



Fonte: https://www.osul.com.br/pavilhao-da-agricultura-familiar-leva-tradicao-e-historia-para-46a-expointer/
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